O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) foi encaminhado ao hospital DF Star, em Brasília, na tarde desta terça-feira (16/9), após apresentar um mal-estar em sua residência, onde cumpre prisão domiciliar. A possibilidade de Bolsonaro deixar a prisão domiciliar por questões médicas já foi antecipada pelo ministro do STF Alexandre de Moraes em situações de emergência.
De acordo com fontes consultadas pelo Metrópoles, Bolsonaro sofreu queda de pressão, vômitos e relatou dores intensas. Esse quadro agrava as preocupações acerca da saúde do ex-presidente, que já vinha mostrando sinais de fragilidade.
O ex-presidente cumpre prisão domiciliar desde 4 de agosto e deixou sua casa escoltado por forte segurança da Polícia Penal do Distrito Federal, com comboio e até helicóptero. A ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro o acompanhou até a unidade médica.
Decisão do STF sobre prisão domiciliar de Bolsonaro
Em uma decisão tomada em agosto, o ministro Alexandre de Moraes afirmou que o ex-presidente poderá ser internado, desde que a Corte seja notificada em até 24 horas.
Além disso, Moraes autorizou que médicos indicados por Bolsonaro o acompanhem sem necessidade de comunicação prévia à Corte. Porém, em caso de internação urgente por recomendação médica, o ministro garantiu respaldo para essa medida.
Contexto da prisão domiciliar
A prisão domiciliar foi determinada após a divulgação de um vídeo gravado pelo senador Flávio Bolsonaro (PL-RJ), filho do ex-presidente, durante atos a favor de Bolsonaro em meados de agosto. No vídeo, depois removido das redes sociais, o ex-presidente discursava para os manifestantes.
Hospitalizações anteriores
Na segunda-feira (15/9), o ministro Moraes ordenou que a Polícia Penal enviasse um relatório detalhado sobre a escolta que acompanhou Bolsonaro em sua última ida ao hospital, ocorrida no domingo (14/9).
Antes disso, a defesa do ex-presidente enviou ao Supremo Tribunal Federal um atestado médico relacionado a exames feitos no fim de semana. O documento destacou anemia decorrente de deficiência de ferro e imagens indicativas de pneumonia recente por broncoaspiração. Também houve registro da remoção de oito lesões na pele e administração de ferro via endovenosa. Os médicos recomendaram a continuidade dos tratamentos para hipertensão, refluxo gastroesofágico e prevenção de broncoaspiração.
O cirurgião Cláudio Birolin, que acompanha o ex-presidente, afirmou que ele está se alimentando mal e apresenta saúde debilitada.
Condenação judicial
Na última quinta-feira (11/9), a Primeira Turma do STF condenou Bolsonaro a 27 anos e três meses de prisão por tentativa de golpe de Estado. Deste total, 24 anos deverão ser cumpridos em regime fechado.
Além do ex-presidente, outros sete aliados foram condenados. O julgamento terminou com quatro votos a favor da condenação e um contra: Alexandre de Moraes, Flávio Dino, Cármen Lúcia e Cristiano Zanin votaram pela condenação; já Luiz Fux votou pela absolvição.