A audiência de custódia de Jair Bolsonaro (PL) terminou na tarde deste domingo (23/11) após aproximadamente trinta minutos de sessão por videoconferência. Fontes consultadas pelo Metrópoles revelaram que o ex-presidente mencionou que a tentativa de danificar a tornozeleira eletrônica foi causada por um provável “surto”, possivelmente relacionado ao uso de medicamentos. Ele, entretanto, rejeitou a ideia de que seu objetivo fosse fugir.
O procedimento foi conduzido por um juiz auxiliar do gabinete do ministro Alexandre de Moraes, que não participou diretamente da audiência.
Esta sessão teve caráter formal para avaliar as condições de apresentação do ex-presidente, confirmar o seu conhecimento dos direitos e registrar quaisquer manifestações da defesa. Bolsonaro permanece em prisão preventiva na Superintendência da Polícia Federal do Distrito Federal.
Embora o vídeo da audiência não seja divulgado, a ata oficial será anexada ao processo em que o ministro Alexandre de Moraes autorizou a prisão. Uma cópia será também encaminhada à Ação Penal nº 2.668, que condenou Bolsonaro a 27 anos e 3 meses de prisão por sua participação na trama contra a ordem democrática.
A conclusão da audiência aconteceu no mesmo dia em que expira o prazo para a defesa apresentar justificativas sobre a violação do equipamento eletrônico de monitoramento. Os advogados têm até às 16h30 para enviar sua resposta.
O relatório da Secretaria de Administração Penitenciária do Distrito Federal indicou sinais de queimadura e manipulação da tornozeleira. Bolsonaro admitiu ter empregado um ferro de soldar para tentar abrir o dispositivo, que foi crucial para a decisão de manter sua prisão preventiva devido ao risco de fuga.
A adulteração da tornozeleira foi um dos aspectos fundamentais utilizados pelo ministro Alexandre de Moraes para justificar a prisão, juntamente com o risco de fuga para a Embaixada dos Estados Unidos e o potencial de desordem causado pela vigília organizada pelo filho, Flávio Bolsonaro.
O equipamento passará por perícia no Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal, que realizará exames detalhados para identificar quaisquer danos, as ferramentas empregadas, e possíveis interferências externas que afetaram seu funcionamento.
