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quarta-feira, 24/12/2025

Bolsonaro deixa prisão e vai para hospital para cirurgia sob escolta

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Em Brasília

O ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) saiu da prisão na manhã desta quarta-feira (24/12), por volta das 9h29, e foi internado no Hospital DF Star, em Brasília (DF), chegando às 9h33. Ele estava detido na Superintendência da Polícia Federal desde 22 de novembro, e esta foi a primeira vez que deixou o local desde sua chegada.

Bolsonaro deixou a PF escoltado por dois veículos da Polícia Federal, acompanhados por batedores da Polícia Militar (PM) e da Polícia Penal, entrando na unidade hospitalar pelo estacionamento. No DF Star, situado a aproximadamente 1,5 km da PF, ele será vigiado por dois policiais na porta de seu quarto, além da segurança na entrada do hospital.

O ex-presidente passará a véspera de Natal no hospital, preparando-se para a cirurgia de reparo em duas hérnias inguinais marcada para quinta-feira (25/12). Ainda não há previsão para sua alta médica.

Decisão judicial para cirurgia

A autorização para o procedimento foi concedida pelo ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), que é responsável pelos processos relacionados à trama golpista. Essa decisão seguiu manifestação favorável da Procuradoria-Geral da República (PGR).

A necessidade da cirurgia está fundamentada em laudo da Polícia Federal entregue ao STF, após perícia que identificou duas hérnias inguinais em Bolsonaro. Na terça-feira (23/12), a defesa do ex-presidente sugeriu as datas do procedimento, após ele cancelar entrevista alegando questões de saúde.

Instruções da decisão de Moraes:

  • O transporte e a segurança de Bolsonaro devem ser feitos discretamente pela Polícia Federal, com desembarque pelo estacionamento do hospital;
  • A PF deve contatar previamente o diretor do Hospital DF Star, Dr. Allison Bruno Barcelos Borges, para acertar os detalhes da internação;
  • Deve haver vigilância e segurança completa 24 horas por dia, com, no mínimo, dois policiais federais à porta do quarto, e equipes de prontidão dentro e fora da instituição;
  • É proibida a entrada no quarto hospitalar de aparelhos eletrônicos, exceto equipamentos médicos, devendo a PF garantir essa restrição;
  • A esposa de Bolsonaro, Michelle Bolsonaro, poderá acompanhá-lo durante toda a internação conforme regras do hospital;
  • Outras visitas precisarão de autorização judicial prévia.

Após a cirurgia, Bolsonaro deve retornar à prisão na Superintendência da PF assim que receber alta médica.

Pedido e necessidade da cirurgia

Em 14 de dezembro, exames de ultrassonografia detectaram duas hérnias inguinais em Bolsonaro. Os médicos recomendaram cirurgia como único tratamento definitivo para o problema.

Em 15 de dezembro, a defesa requereu autorização ao ministro Moraes para a cirurgia urgente. Após envio dos exames e laudos para perícia da Polícia Federal, aplicada em 17 de dezembro, Moraes autorizou o procedimento em caráter eletivo em 19 de dezembro.

Na terça-feira (23/12), a defesa escolheu as datas para a cirurgia, que foram aprovadas pelo ministro após parecer da PGR. O laudo da Polícia Federal recomendou a cirurgia eletiva o quanto antes, devido à piora da condição clínica e aos riscos de complicações.

Contexto da prisão

Bolsonaro está detido desde 22 de novembro, após ter destruído a tornozeleira eletrônica. A pena de 27 anos e 3 meses de prisão foi iniciada em 25 daquele mês, no processo relacionado à trama golpista.

Sobre a hérnia inguinal

A perícia do Instituto Nacional de Criminalística da Polícia Federal constatou a presença de hérnia inguinal bilateral, que afeta ambos os lados da região da virilha do ex-presidente. Esse tipo de hérnia ocorre quando parte do intestino ou outro tecido interno protrai por um ponto fraco na musculatura abdominal, formando um caroço que pode provocar dor e desconforto.

Exames realizados em agosto de 2025 não mostravam hérnias. Em novembro, foi constatada uma hérnia unilateral, e em dezembro exames por imagem confirmaram que a situação se agravou, atingindo ambos os lados da região inguinal.

Os peritos indicam que o agravamento pode estar ligado ao aumento da pressão intra-abdominal, causada por episódios persistentes de soluços e tosse crônica relatados por Bolsonaro.

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