MARIANNA HOLANDA
FOLHAPRESS
A decisão do ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), contra o ex-presidente Jair Bolsonaro (PL) uniu novamente os bolsonaristas, que estavam divididos desde a imposição de uma tarifa de 50% dos Estados Unidos sobre produtos brasileiros.
Agora, os aliados decidiram intensificar a pressão sobre o STF no Brasil e também nos Estados Unidos, onde Eduardo Bolsonaro (PL-SP), filho do ex-presidente e deputado licenciado, tem proximidade com a Casa Branca.
Uma forte razão para essa união foi a proibição de Moraes para que Jair Bolsonaro falasse com Eduardo, que também é investigado por ações que prejudicam a soberania do Brasil.
Parlamentares do PL na Câmara e no Senado se reuniram virtualmente para combinar estratégias de intensificar a pressão via Legislativo. Eles querem aprovar uma anistia ampla e uma Proposta de Emenda à Constituição (PEC) que limita decisões tomadas por um único juiz, conforme explicou o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ).
Segundo Sóstenes, será enviado um pedido oficial ao presidente da Câmara, Hugo Motta, para retomar as atividades parlamentares e colocar em pauta a anistia e a PEC. Ele acredita que, se isso acontecer, a PEC será aprovada rapidamente.
Sóstenes também afirmou que as decisões de Moraes unificam novamente a direita e o centrão, que está insatisfeito com o ministro por suspender uma decisão dos parlamentares contra o aumento do IOF feito pelo governo Lula (PT).
Além disso, os bolsonaristas planejam antecipar uma manifestação que estava marcada para 7 de setembro em São Paulo, avaliando trazer o ato para Brasília, onde Bolsonaro está proibido de sair.
Os apoiadores querem ampliar os atos em apoio ao ex-presidente, mas ainda estão definindo a estratégia.
No cenário internacional, Eduardo Bolsonaro enfrenta críticas e isolamento, mas seus aliados esperam que ele intensifique a pressão para impor sanções contra Moraes.
Proibido de falar com seu pai, Eduardo declarou nas redes sociais que vai aumentar a resistência. O líder do PL no Senado, Carlos Portinho (PL-RJ), afirmou que o Congresso precisa reagir, pois está sendo fechado.
Após a reunião, deputados e senadores emitiram uma nota definindo a ação de Moraes como uma grave perseguição política sob disfarce judicial e pediram uma resposta firme do Parlamento para proteger os direitos do povo e o equilíbrio entre os poderes.
O texto destaca que o povo deve voltar às ruas de forma pacífica e ordeira e reforça que nenhuma autoridade está acima da lei ou pode autorizar perseguições.
Jair Bolsonaro não participou da reunião para evitar conflitos com as restrições do STF que limitam seu contato com outros investigados.