Partidários do ex-presidente Jair Bolsonaro se reuniram em Brasília para pedir a anistia aos que foram condenados pelos atos antidemocráticos ocorridos em 8 de janeiro de 2023. O evento começou em frente à Biblioteca Nacional e terminou no Congresso Nacional. Entre os presentes estavam figuras importantes do bolsonarismo, como a ex-primeira-dama Michelle Bolsonaro, o senador Flávio Bolsonaro, o dirigente do partido Valdemar Costa Neto e o irmão do ex-presidente, Renato Bolsonaro.
No calor do dia, os manifestantes cantavam hinos evangélicos e exibiam bandeiras do Brasil, Israel e dos Estados Unidos. Muitos usavam camisetas pedindo “Anistia já” e carregavam cartazes com os dizeres “paz e justiça”.
Este ato responde a protestos de movimentos de esquerda que, em setembro, se manifestaram contra a proposta de anistia, defendendo a manutenção das punições às pessoas envolvidas nos ataques às sedes dos Três Poderes. Naquela ocasião, artistas influentes se apresentaram em apoio à rejeição da anistia.
Malafaia lidera o protesto e critica autoridades
No carro de som, o pastor Silas Malafaia fez críticas ao Supremo Tribunal Federal e ao governo federal. Ele ressaltou a importância do ato, esperando reunir milhares de pessoas para mostrar o engajamento do movimento, mesmo em dia útil. Para ele, esta não é uma festa, mas uma luta por justiça.
A anistia é o tema principal da mobilização bolsonarista atualmente. Bolsonaro, que está em prisão domiciliar, foi condenado a mais de 27 anos pelo STF. Outros envolvidos receberam penas entre 2 e 26 anos, totalizando cerca de 1.200 pessoas punidas ou que firmaram acordos com o Ministério Público.
Dados indicam que 29 pessoas seguem presas preventivamente, 112 cumprem pena definitiva e 44 estão em prisão domiciliar. Embora o discurso seja pela anistia total, o projeto em debate na Câmara propõe apenas a redução das penas. O presidente do PL, Valdemar Costa Neto, afirmou que a aprovação da anistia depende da pressão popular nas ruas.
Senador Girão e deputada Bia Kicis apoiam a anistia
O senador Eduardo Girão e a deputada federal Bia Kicis também apoiaram o ato. Em redes sociais, Girão afirmou que o movimento transcende a política e é uma questão de humanidade.
Ele ressaltou a necessidade urgente de pacificação no país e defendeu a anistia para os presos do dia 8 de janeiro, destacando que muitos enfrentam decisões injustas. Girão comparou o perdão pedido hoje ao concedido durante o fim da ditadura militar, apontando que o atual pedido é mais compassivo.
Repetição de mobilização com novo contexto
Essa manifestação é semelhante a uma caminhada realizada em maio, que contou com a presença do ex-presidente e reuniu cerca de 4 mil pessoas. A grande diferença agora é o cenário político: Bolsonaro está em prisão domiciliar, o Congresso debate a redução de penas, e a direita busca manter a ideia da anistia ampla como símbolo de resistência.