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domingo, 24/08/2025

Bolsonaristas atacam Banco do Brasil, alerta Haddad

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FERNANDA BRIGATTI
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

O ministro Fernando Haddad, da Fazenda, afirmou neste sábado (23) que grupos ligados ao bolsonarismo estão fomentando ataques contra o Banco do Brasil. “Há bolsonaristas nas redes sociais incentivando saques indevidos”, disse.

Recentemente, o Banco do Brasil solicitou à Advocacia-Geral da União (AGU) que tome providências jurídicas e tem recebido pressão de membros do Judiciário e instituições financeiras para envolver a Polícia Federal na questão.

O motivo por trás desses supostos ataques está relacionado à Lei Magnitsky dos Estados Unidos, que impôs sanções financeiras ao ministro do STF Alexandre de Moraes. Essa lei suspende negócios e congela bens de estrangeiros acusados de corrupção ou violações graves de direitos humanos. Como consequência, um cartão de crédito do ministro bloqueado nos EUA foi uma das repercussões.

Haddad destacou também que existem projetos no Congresso para perdoar dívidas do setor agropecuário, que atualmente não enfrenta problemas, mas o Banco do Brasil tem registrado aumento na inadimplência, resultado de uma ação deliberada de bolsonaristas tentando prejudicar instituições públicas, conforme explicou em entrevista ao canal TV GGN.

O aumento da inadimplência no setor rural contribuiu para a queda de 60% no lucro do Banco do Brasil no segundo trimestre, totalizando R$ 3,8 bilhões. Essa situação tem origem na expectativa do setor em renegociar suas dívidas após aprovação de proposta para usar até R$ 30 bilhões do Fundo Social do Pré-Sal para esse fim.

No passado, tanto o Banco do Brasil quanto a Caixa Econômica Federal foram usados para reduzir o custo do crédito bancário. Atualmente, Haddad alerta que há outras ações em curso que demandam atenção, incluindo os ataques à instituição.

O ministro mencionou ainda o problema do crédito caro e disse que o presidente Lula tem cobrado medidas para reduzir os juros, pois os valores altos aumentam a desigualdade social.

Ele ressaltou que, apesar da queda nos juros, a situação do mercado de crédito no Brasil ainda não atende às necessidades da população devido ao ambiente de negócios atual.

Haddad também não subestimou o poder econômico dos Estados Unidos na guerra comercial, apesar de considerar difícil justificar as medidas adotadas contra o Brasil.

Mencionou que a tarifa de 50% sobre exportações brasileiras está causando desconforto entre empresários americanos, embora a carne brasileira continue competitiva no mercado internacional.

O ministro classificou como vazamento a divulgação dos diálogos entre o ex-presidente Jair Bolsonaro e seu filho, deputado federal Eduardo Bolsonaro, ressaltando que isso poderá gerar constrangimentos internacionais.

Um relatório da Polícia Federal que indiciou os Bolsonaro por tentativa de obstrução da Justiça mostra desentendimentos familiares e a influência do pastor Silas Malafaia.

Na entrevista, Haddad defendeu também a criação de políticas nacionais para instalação de datacenters, observando os riscos de enviar dados para processamentos fora do país e ressaltando a importância da soberania tecnológica.

Um grupo de trabalho na Fazenda avalia parcerias com a iniciativa privada para trazer processamento de dados para o Brasil, enquanto garante que os datacenters ainda não causam problemas energéticos, pois são poucos no país.

O ministro destacou a importância dos minerais estratégicos e terras raras presentes em território brasileiro e a necessidade de organizar esse setor, tema que discute com o presidente Lula.

Segundo ele, o Brasil já possui uma mineradora de terras raras em operação, com crescimento significativo nas exportações em 2025, cujo controle cabe a fundos estrangeiros que veem o Brasil como alternativa à China nesse mercado.

Haddad evitou comentar sobre uma possível nova reforma da Previdência, mas reconheceu a necessidade diante do envelhecimento da população. Recordou que governos anteriores também realizaram reformas no sistema previdenciário e destacou que reformas podem ser melhores ou piores, citando como exemplo a recente proposta para a Previdência militar ainda em tramitação.

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