MAELI PRADO
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)
A Bolsa de Valores brasileira atingiu a marca de 145 mil pontos pela primeira vez na história nesta quarta-feira (17). Enquanto isso, o dólar manteve quase o mesmo valor. Os investidores estão esperando as decisões sobre os juros do Fed (Federal Reserve, banco central dos Estados Unidos), que será anunciada à tarde, e do Banco Central do Brasil, prevista para o início da noite.
Esses acontecimentos, especialmente o anúncio do Fed, que deve fazer o primeiro corte na taxa de juros em nove meses, podem afetar a bolsa brasileira e o valor do dólar, que nos últimos cinco dias caiu de R$ 5,40 para cerca de R$ 5,30.
Às 11h38, o dólar teve uma leve alta de 0,06%, cotado a R$ 5,301. O índice Ibovespa subiu 0,74%, chegando a 145.132 pontos. As ações que mais valorizaram hoje foram as de empresas de consumo, como Magalu, Raia Drogasil, Sendas e Localiza.
A economista-chefe do Ouribank, Cristiane Quartaroli, explicou que a diferença nas taxas de juros entre Brasil e Estados Unidos tem atraído investidores, fazendo o dólar cair.
“Espera-se que o Fed reduza os juros e que o Banco Central mantenha a Selic estável. Isso torna nosso diferencial de juros mais atraente, atraindo investimentos para o país”, disse ela.
Alison Correia, analista de investimentos e cofundador da Dom Investimentos, destacou que o mercado está atento ao pronunciamento do presidente do Fed, Jerome Powell, após o anúncio dos juros.
“O mercado espera saber se haverá cortes de juros em outubro e dezembro”, afirmou. “Há uma expectativa de três cortes de juros.”
Na terça-feira (16), o dólar fechou em queda de 0,43%, cotado a R$ 5,298, o menor valor desde junho de 2024, e a bolsa encerrou em alta de 0,35%, aos 144.061 pontos.
Daniel Teles, da Valor Investimentos, comentou: “A bolsa subiu logo na abertura devido ao otimismo, enquanto o dólar estava próximo de R$ 5,31, motivado pela expectativa clara de corte de juros nos EUA, beneficiando economias emergentes”.
Leonel Mattos, analista da StoneX, ressaltou que o Copom (Comitê de Política Monetária) deve manter a taxa básica de juros brasileira em 15% ao ano nesta quarta-feira.
“A previsão é que os juros americanos comecem a cair enquanto os juros brasileiros permaneçam altos, favorecendo o diferencial de juros brasileiro e atraindo investidores estrangeiros, o que pressiona a taxa de câmbio”, explicou.
Além das decisões sobre juros nos EUA, os investidores também analisaram os dados recentes do desemprego no Brasil. O índice caiu para 5,6% no trimestre até julho, segundo o IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística), anunciados na terça-feira (16).
Esse número representa a menor taxa desde o início da série histórica da Pnad Contínua, iniciada em 2012.
