Claudineia Mendonça, 27 anos, ganhou nesta segunda-feira (11) uma das 50 bolsas distribuídas pela campanha Fazer o Bem Tá na Moda, ação da Sejus-DF que incentiva o empreendedorismo e a autoestima de mulheres em condição vulnerável. Cada bolsa contém roupas e produtos de boa qualidade que serão o ponto de partida para sua jornada como empreendedora.
“Essa bolsa foi uma grande oportunidade para mim. É o início de uma nova fase como empreendedora. Quero vender tudo e transformar isso em um recurso que mude minha vida”, contou Claudineia Mendonça, que está desempregada, ao receber uma das bolsas na tarde desta segunda-feira (11).
A entrega aconteceu na sede do Instituto Inclusão de Desenvolvimento e Promoção Social, em Ceilândia Norte. Essa etapa marca a continuidade da campanha promovida pela Secretaria de Justiça e Cidadania (Sejus-DF), que busca fortalecer o empreendedorismo feminino e a autoestima de mulheres em vulnerabilidade. O Instituto oferece apoio para pessoas em situação de rua, encaminhadas pela Central de Vagas do Governo do Distrito Federal, com atendimento psicossocial, psicopedagógico e oficinas de capacitação.
Claudineia Mendonça foi uma das beneficiadas pela campanha. Outra contemplada, a trancista Giane Assunção Martins, 32 anos, de Taguatinga Norte e mãe de três filhos, compartilhou sua experiência: “Eu não me considero muito boa em vendas, mas essa bolsa, cheia de peças elegantes, elevou minha autoestima. Estar bem cuidada é importante, mesmo em situação difícil. Isso valoriza meu trabalho e me ajuda a conquistar clientes.”
Rede de oportunidades
A campanha convida 200 mulheres do DF, que já possuem independência financeira, para montar bolsas contendo roupas, sapatos, acessórios, joias e bijuterias em bom estado. Essas bolsas, confeccionadas por mulheres privadas de liberdade da Fundação de Amparo ao Trabalhador Preso (Funap-DF), são entregues a 200 mulheres em situação de vulnerabilidade, indicadas por instituições parceiras da Sejus-DF.
O projeto vai além da arrecadação. Ele incentiva a economia circular, a ressocialização e o empreendedorismo feminino como meios de transformação social. Cada bolsa conta uma história de superação e recomeço.
A secretária de Justiça e Cidadania, Marcela Passamani, criadora da campanha, destacou o impacto da ação: “Essa iniciativa é poderosa porque transforma tanto quem doa quanto quem recebe. Entregamos mais do que roupas: oferecemos oportunidades e esperança para que essas mulheres mudem suas vidas.”
Para Taisa Souza, gestora do Instituto Inclusão, a entrega é um estímulo à autonomia: “Vamos trabalhar a economia solidária com essas mulheres, orientando-as sobre vendas e planejando um bazar solidário na instituição. É uma ação que traz esperança.”
Marcela Passamani complementou: “Mais do que roupas e acessórios, entregamos oportunidades e esperança para que essas mulheres reescrevam suas histórias.”
Educação financeira
A segunda edição da campanha trouxe uma novidade: depois de receber as bolsas, as participantes assistiram a uma aula do curso Protagonista da Casa, da Sejus-DF, com foco em educação financeira. A aula abordou orçamento doméstico, economia diária, planejamento financeiro e gestão responsável do dinheiro.
A consultora de finanças pessoais Andressa de Paula conduziu a aula, enfatizando a importância da conscientização: “Queremos que essas mulheres criem uma nova relação com o dinheiro. Mesmo com poucos recursos, é possível se organizar, economizar e transformar a vida. A mudança começa pela consciência.”
Desde o início da campanha Fazer o Bem Tá na Moda, em dezembro do ano passado, 250 mulheres em situação vulnerável foram beneficiadas. Nesta segunda edição, mais 150 bolsas serão entregues a mulheres indicadas por instituições parceiras. A terceira edição está marcada para 19 de agosto, quando outras 200 mulheres montarão bolsas para serem distribuídas a novas participantes.