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terça-feira, 28/10/2025

Bolsa bate recorde e passa de 147 mil pontos pela 16ª vez no ano

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TAMARA NASSIF
SÃO PAULO, SP (FOLHAPRESS)

A Bolsa de Valores do Brasil alcançou um novo recorde na terça-feira (28), fechando em 147.428 pontos, um aumento de 0,31% comparado ao dia anterior.

Este fechamento representa o 16º recorde do Ibovespa em 2025, de acordo com dados da B3, e é a primeira vez que o índice ultrapassa a marca de 147 mil pontos em sua história.

No pregão de hoje, investidores estavam atentos à decisão do Federal Reserve (Fed), banco central dos Estados Unidos, sobre a taxa de juros, que seria divulgada às 15h (horário de Brasília) na quarta-feira.

Além disso, acompanharam as negociações comerciais entre o presidente Donald Trump e o líder chinês Xi Jinping, que tinham um encontro marcado para quinta-feira na Coreia do Sul.

O dólar mostrou estabilidade durante grande parte do dia e terminou em baixa, cotado a R$ 5,360, uma queda de 0,17%.

Bruno Shahini, especialista em investimentos da Nomad, comentou que o mercado está menos receoso globalmente, o que reforça a expectativa de queda do dólar.

Um fator importante para o mercado é a expectativa de redução dos juros pelo Fed. Conforme dados da CME Fed Watch, o mercado vê quase 100% de chance de um corte de 0,25 ponto percentual na taxa de juros, repetindo a redução da última reunião, que fixou a taxa entre 4% e 4,25%.

O Fed equilibra suas decisões entre dados de emprego e inflação, visando manter o emprego aquecido e a inflação controlada em 2% ao ano.

No entanto, enfrenta o desafio de priorizar se foca em proteger o mercado de trabalho, que mostra sinais de desaceleração, ou conter a inflação, que está em alta, com um aumento de 3% nos últimos 12 meses até setembro.

Taxas de juros elevadas tendem a reduzir o consumo e controlar os preços, mas podem frear a criação de empregos, enquanto juros baixos estimulam o trabalho, mas podem pressionar a inflação.

Na última reunião, o Fed indicou que os riscos para o mercado de trabalho eram maiores, por isso reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual. O presidente do Fed, Jerome Powell, reiterou esse cenário, fazendo o mercado esperar outro corte.

Julia Coronado, fundadora da MacroPolicy Perspectives e ex-economista do Fed, afirmou que um corte em outubro é certo devido aos riscos para o emprego.

Reduções nos juros nos EUA costumam beneficiar os mercados globais, pois os títulos do Tesouro americano são considerados investimentos de baixo risco.

Quando os juros estão altos, investidores tiram dinheiro de outros mercados para os treasuries; quando caem, buscam diversificar aplicando em outros tipos de ativos.

No Brasil, o diferencial entre a Selic alta e os juros americanos mais baixos atrai investidores pelo efeito conhecido como “carry trade”, que envolve investir usando empréstimos baratos nos EUA para obter ganhos maiores aqui, valorizando o real e baixando o dólar.

Além disso, a possibilidade de um acordo comercial entre EUA e China aumentou o interesse por investimentos de maior risco hoje. Donald Trump disse que os países estão próximos de resolver o conflito sobre as exportações chinesas de terras raras.

Trump também ameaçou taxas adicionais de 100% sobre produtos chineses, enquanto os líderes se preparam para se encontrar na Coreia do Sul.

Trump expressou respeito pelo presidente Xi Jinping e otimismo em alcançar um acordo.

Na segunda-feira, o ministro das Relações Exteriores da China, Wang Yi, e o secretário de Estado dos EUA, Marco Rubio, tiveram uma conversa onde Pequim mostrou interesse em encontrar um meio-termo para facilitar reuniões de alto nível.

Wang Yi destacou a longa relação de respeito entre Xi Jinping e Trump como um ponto estratégico importante para as relações entre os dois países, ressaltando que o diálogo e a resolução de conflitos devem prevalecer sobre a pressão unilateral.

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