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sexta-feira, 28/11/2025




Bolsa bate novo recorde e dólar cai com dados do desemprego no Brasil

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O dólar está em queda nesta sexta-feira (28), conforme investidores avaliam a taxa de desemprego de outubro divulgada pelo IBGE (Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística) nesta manhã. A formação da Ptax de fim de mês também chama atenção no mercado.

No cenário internacional, o movimento é menor devido ao feriado do Dia de Ação de Graças nos Estados Unidos, celebrado na quinta-feira (27).

Às 12h05, o dólar recuava 0,39%, cotado a R$ 5,331. Simultaneamente, a Bolsa de Valores subia 0,19%, atingindo 158.661 pontos, depois de alcançar um novo recorde intradiário de 159.186 pontos.

O crescimento do Ibovespa é impulsionado principalmente pelas ações do Itaú e da Vale, que avançaram 2,03% e 1,89%, respectivamente, após aprovação de dividendos. Em contrapartida, as ações preferenciais da Petrobras recuaram 2,16% depois da divulgação do plano de investimentos da estatal.

No mercado interno, analistas discutem os dados do IBGE sobre o emprego. A taxa de desemprego no Brasil foi de 5,4% no trimestre que terminou em outubro, o menor índice registrado desde 2012, quando a série histórica começou.

Nos três meses até setembro, 5,91 milhões de pessoas estavam desempregadas. Isso representa uma queda de 3,4% em relação ao trimestre anterior (menos 207 mil pessoas) e de 11,8% se comparado ao ano anterior (menos 788 mil pessoas).

Felipe Tavares, economista-chefe da BGC Liquidez, destaca que a taxa de desemprego de outubro chama atenção entre os analistas. “O mercado começa a ajustar as expectativas para a política monetária. Com o mercado de trabalho forte, os investidores reavaliam o espaço para cortes na taxa Selic no próximo ano, especialmente a magnitude desses cortes”.

A formação da Ptax no final do mês também está no foco. Calculada pelo Banco Central com base nas cotações do mercado à vista, a Ptax é usada para referência na liquidação de contratos futuros.

No fim do mês, agentes financeiros tentam direcionar a Ptax para níveis vantajosos para suas posições, o que geralmente gera maior volatilidade no mercado de câmbio.

Leonel Mattos, analista de Inteligência de Mercado da StoneX, afirma que este movimento contrasta com o que ocorre nos EUA, onde a liquidez está reduzida devido ao feriado recente. “A combinação de menor liquidez global e a formação da taxa Ptax traz maior volatilidade para o câmbio brasileiro”.

O otimismo com a expectativa de corte de juros no Brasil e nos Estados Unidos tem aumentado o apetite pelo risco recentemente. Após um período de baixa, a Bolsa brasileira voltou ao nível do início de novembro, renovando recordes históricos de fechamento por 12 dias consecutivos.

Dados do IPCA-15, divulgados na quarta-feira pelo IBGE, alimentam a expectativa de que o ciclo de cortes na taxa de juros no Brasil comece no primeiro trimestre de 2026.

Embora o IPCA-15 tenha registrado alta de 0,20% em novembro, acima da expectativa de 0,18%, a taxa acumulada em 12 meses subiu 4,5%, atingindo o teto da meta de inflação, com uma margem de tolerância de 1,5% para mais ou menos.

Além disso, o Caged revelou na última quinta-feira (29) que o Brasil criou 85,1 mil vagas formais em outubro, resultado abaixo da expectativa de 105 mil vagas apontada por economistas.

O Banco Central tem dado sinais mistos. Nesta quinta-feira, Galípolo afirmou que a instituição manterá a taxa de juros no nível necessário pelo tempo que for preciso para a inflação convergir para a meta. A Selic está atualmente em 15% ao ano, o maior patamar em 20 anos.

Também disse que o cenário econômico caminha na direção desejada pelo Banco Central, porém não na velocidade esperada.

Na última terça-feira (25), Nilton David, diretor de Política Monetária do Banco Central, destacou que a expectativa é de cortes na Selic, e não aumentos, embora não tenha especificado quando ocorrerão esses cortes.

No âmbito internacional, o mercado está com liquidez restrita por conta do feriado de Ação de Graças nos EUA. Recentemente, a performance do dólar foi influenciada pela expectativa de cortes de juros pelo Fed (Banco Central dos Estados Unidos), valorizando o real.

Nos últimos dias, foram publicados o Livro Bege, relatório do Fed sobre a economia dos EUA, além dos índices de preços ao produtor e vendas no varejo, que apresentaram resultados fracos ou em linha com as projeções.

Segundo Leonel Mattos, da StoneX, esses dados indicam um enfraquecimento da economia americana. “A expectativa é que a maioria das projeções para cortes de juros em dezembro sejam confirmadas”.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, aponta uma chance de 84,9% de corte na taxa de juros americana para um intervalo de 3,50% a 3,75% em dezembro (atualmente está entre 3,75% e 4,00%).

Reduções nos juros americanos costumam ser positivas para os mercados globais. Como a economia dos EUA é vista como a mais forte do mundo, os títulos do Tesouro (treasuries) são investimentos considerados seguros.

Quando os juros estão altos, os rendimentos atrativos das treasuries fazem os investidores retirarem recursos de outros mercados. Quando os juros caem, a diversificação de investimentos ganha força e alternativas se destacam.




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