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domingo, 28/12/2025

Bolsa atinge recorde e dólar recua após decisão do Copom

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Em Brasília

FOLHAPRESS

A bolsa de valores brasileira atingiu um novo recorde histórico ao ultrapassar os 154 mil pontos nesta quinta-feira (6), após o Banco Central decidir manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano. O Banco Central também indicou que pretende manter essa taxa alta por um “período bastante prolongado”.

Às 11h30, o Ibovespa, que é o principal índice da B3, estava em 153.943 pontos, com alta de 0,30%, se aproximando de um novo fechamento recorde depois de atingir a máxima intradiária de 154.352 pontos. Essa alta foi principalmente influenciada pelas ações da Petrobras, que subiram 1,26% na expectativa do balanço da empresa que seria divulgado após o pregão.

O dólar também apresentou queda no mercado cambial, recuando 0,42% para R$ 5,337. Esse movimento seguiu a tendência de baixa da moeda americana no mercado internacional.

O índice DXY, que mede o valor do dólar em relação a uma cesta de seis moedas, caiu 0,42%, para 99,75 pontos.

No Brasil, os investidores reagiram à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de manter a Selic em 15% pelo terceiro encontro consecutivo. Essa decisão veio apesar da pressão do governo do presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) por cortes na taxa de juros na semana anterior.

Como na última reunião de setembro, o Copom optou por uma postura cautelosa, sem definir uma data para iniciar os cortes nos juros.

O comitê do Banco Central deixou claro que acredita ser suficiente manter a taxa no nível atual por um “período bastante prolongado” para que a inflação volte à meta. Alguns economistas esperavam uma mudança na linguagem do comitê, que poderia indicar cortes mais cedo, mas isso não aconteceu.

Apesar de a decisão ter sido esperada pela maioria dos analistas, há incertezas sobre o que virá nos próximos meses. Alguns especialistas preveem cortes ainda em 2025, enquanto outros acreditam que o momento para redução dos juros ainda não chegou.

Ian Lopes, economista da Valor Investimentos, comentou que a decisão indica que o Copom vai esperar por mais sinais tanto do mercado interno quanto externo antes de adotar uma política monetária menos restritiva.

Leonel Mattos, analista da StoneX, avaliou que o comunicado após a decisão do Copom é firme, mas com leves mudanças. Ele apontou sinais de desaceleração da inflação no Brasil, o que pode dar maior segurança para futuros cortes na Selic, mas desde que esses sinais se mantenham.

Segundo Mattos, o corte na taxa básica de juros provavelmente não ocorrerá na próxima reunião em dezembro, mas talvez aconteça em janeiro de 2026.

Desde a reunião de setembro, as projeções para a inflação em 2026 foram ligeiramente reduzidas, de 4,3% para 4,2%, e para 2027 passaram de 3,93% para 3,8%. O Banco Central tem como meta central para a inflação 3%, considerado atingido quando os índices ficam dentro da faixa de 1,5% a 4,5% por um período de tempo.

No mercado de câmbio, maiores juros no Brasil em relação aos EUA valorizam o real, especialmente quando os juros americanos são reduzidos, como nas últimas decisões do Federal Reserve (Fed). Essa diferença incentiva a estratégia conhecida como “carry trade”, em que se pega empréstimos com juros baixos no exterior para investir em investimentos com juros mais altos no Brasil, aumentando a demanda por reais e, consequentemente, desvalorizando o dólar.

Os investidores também acompanham as declarações de dirigentes do Fed, que reagem aos dados econômicos dos EUA, como o relatório ADP de emprego no setor privado divulgado na quarta-feira. O relatório mostrou uma recuperação na criação de empregos, com 42 mil vagas adicionais em outubro, superando a expectativa de 28 mil.

Devido à paralisação do governo federal dos EUA, a mais longa da história, a divulgação oficial de dados econômicos está suspensa, dificultando a avaliação da economia americana para decisões do Fed.

Na última reunião, o Fed reduziu a taxa de juros em 0,25 ponto percentual, mantendo-a entre 3,75% e 4%. Novos cortes não são garantidos e o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que há opiniões diferentes sobre a política monetária para dezembro.

De acordo com Leonel Mattos, as declarações do Fed têm levado investidores a diminuir as apostas em cortes de juros para dezembro, elevando os rendimentos dos títulos do Tesouro americano e fortalecendo o dólar no mercado global.

A ferramenta FedWatch, do CME Group, indica que há uma chance de 67% de corte de 0,25 ponto percentual na reunião de 10 de dezembro.

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