A população da Bolívia decide o futuro do país neste domingo (15/8), podendo encerrar quase 20 anos de domínio das forças de esquerda. As pesquisas recentes indicam que é provável um segundo turno envolvendo candidatos de direita.
Contexto das eleições na Bolívia
A esquerda, liderada pelo partido Movimento ao Socialismo (MAS), governou a Bolívia por quase duas décadas consecutivas. A única interrupção aconteceu entre 2019 e 2020, período no qual Jeanine Áñez assumiu a presidência após se autoproclamar.
Na eleição atual, pesquisas mostram candidatos de direita à frente de representantes do MAS e outras forças de esquerda.
Principais candidatos
- Jorge “Tuto” Quiroga, da aliança Liberdade e Democracia, ex-presidente entre 2001 e 2002, lidera com 23% das intenções de voto.
- Samuel Doria Medina, do Unidade Nacional, está na segunda posição com 18%.
Ambos são alinhados à direita e podem disputar um segundo turno inédito, caso as pesquisas se confirmem.
Desafios para a esquerda
Andrónico Rodríguez, presidente atual do Senado e ligado ao MAS, é o candidato de esquerda mais bem posicionado, em quarto lugar com 11,4% nas pesquisas. Sua candidatura nacional surge após um racha entre os líderes históricos do partido, Evo Morales e Luis Arce.
O MAS, no poder há quase duas décadas, enfrenta desafios internos e baixa popularidade. O presidente atual, Luis Arce, decidiu não buscar a reeleição, lançando Eduardo del Castillo como candidato, que aparece em sexto lugar nas pesquisas.
Problemas enfrentados e efeitos eleitorais
A crise econômica, incluindo corrupção, inflação alta e problemas no setor energético, tem impactado negativamente a popularidade do governo, com desaprovação de cerca de 75% de Luis Arce.
Movimentos de Evo Morales
Impedido de concorrer, Evo Morales tem encorajado seus apoiadores a anular votos como forma de protesto, uma manobra que busca mostrar sua influência política apesar das limitações legais.
Especialistas acreditam que essa estratégia visa demonstrar sua presença na política e tentar negociar uma possível reintegração, mesmo com os problemas judiciais que enfrenta.