LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) iniciou nesta quinta-feira (18) um programa para que empresas prejudicadas pelas tarifas impostas pelos Estados Unidos possam solicitar empréstimos através do plano Brasil Soberano.
O primeiro passo para as companhias é verificar se têm direito às ajudas, o que pode ser feito a partir das 8h no site do banco, mediante autenticação com certificado digital das empresas pelo gov.br.
Depois dessa verificação, o sistema informa se a empresa é elegível e quais opções do plano estão disponíveis. A recomendação do BNDES é que as empresas mantenham contato com o banco que já possuem relacionamento, e as grandes empresas podem dialogar diretamente com o BNDES.
O banco público disponibilizou R$ 40 bilhões para apoio aos negócios, incluindo R$ 30 bilhões do Fundo Garantidor de Exportações (FGE) e R$ 10 bilhões do próprio BNDES.
O plano Brasil Soberano foi criado pelo governo do presidente Lula para minimizar os efeitos da política comercial adotada por Donald Trump.
A abertura do programa acontece mais de um mês após a implementação da tarifa de 50%, ocorrida em 6 de agosto. Empresários pedem rapidez nas ações de apoio governamental.
O crédito do FGE é direcionado para empresas que tenham registrado entre julho de 2024 e junho de 2025 pelo menos 5% do faturamento com exportações de produtos atingidos pelas tarifas adicionais.
A lista dos produtos afetados está disponível no site do Ministério do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços (MDIC).
Já os recursos de R$ 10 bilhões do BNDES são destinados para empresas com qualquer tipo de impacto em seu faturamento causado pelas tarifas.
Segundo Aloizio Mercadante, presidente do banco, o BNDES apoia todas as empresas e espera, em troca, que elas mantenham os empregos para garantir o crescimento econômico do país e minimizar os danos dessas medidas consideradas autoritárias e injustas.
Um dos setores que mais pedem ações do governo é a indústria madeireira.
Na terça-feira (16), a Abimci (Associação Brasileira da Indústria de Madeira Processada Mecanicamente) informou que esse setor sofreu cerca de 4.000 demissões devido aos efeitos da guerra comercial.
Para a Abimci, a única solução para o problema é negociar diretamente entre representantes do Brasil e dos Estados Unidos, algo que cabe exclusivamente ao governo federal, que até agora não adotou essa postura com o devido senso.