LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social) confirmou nesta terça-feira (9) a liberação de um financiamento de R$ 200 milhões para apoiar a produção do carro voador da Eve, que é uma empresa da Embraer.
De acordo com o banco, o dinheiro será usado para os testes e para integrar o funcionamento dos motores elétricos do protótipo da aeronave eVTOL, nome técnico para esse tipo de veículo. O financiamento vem de duas fontes: o Fundo Clima, que contribui com R$ 160 milhões, e a linha Finem, que aporta R$ 40 milhões.
Desde 2022, o BNDES já havia aprovado um total de R$ 1,2 bilhão para a Eve, destinados a várias etapas do desenvolvimento do eVTOL, incluindo a construção de uma fábrica em Taubaté, no interior de São Paulo, a cerca de 130 km da capital.
Além disso, em agosto, o banco anunciou um investimento direto de aproximadamente R$ 405 milhões na subsidiária da Embraer, como parte de sua estratégia de retomada da compra de ações em empresas.
O carro voador da Eve terá espaço para quatro passageiros e o piloto, com autonomia de voo de até cem quilômetros, além de capacidade para duas malas grandes ou quatro bagagens de mão.
O veículo contará com oito motores elétricos nas asas para garantir a segurança e controle no voo vertical, além de um motor na parte de trás para a movimentação horizontal.
O presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, destacou que a produção deste eVTOL representa uma inovação importante para a mobilidade nas grandes cidades, oferecendo um meio de transporte com menor emissão de poluentes em comparação a helicópteros e carros tradicionais.
Segundo ele, o projeto já recebeu 2.800 pedidos de clientes em nove países, e a expectativa é que o primeiro voo ocorra em 2026, marcando 120 anos do voo do 14 Bis, considerado um marco histórico de Santos Dumont.
O diretor financeiro da Eve, Eduardo Couto, comentou que o financiamento vai acelerar uma fase decisiva do desenvolvimento, que é a integração do sistema de propulsão elétrica do veículo.
O atual governo defende um papel mais ativo do BNDES em apoiar diversos setores econômicos, especialmente a indústria, apesar de críticas de alguns analistas que temem um crescimento excessivo do banco e o retorno a antigas políticas.
Em resposta, a direção do BNDES enfatiza seu foco em áreas estratégicas, como inovação e a transição para uma economia com menor impacto ambiental.

