LEONARDO VIECELI
RIO DE JANEIRO, RJ (FOLHAPRESS)
O Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) anunciou que já aprovou um total de R$ 1,3 bilhão em empréstimos na linha chamada Crédito Indústria 4.0.
Essa linha de crédito, lançada no final de agosto, tem o objetivo de financiar a atualização das indústrias brasileiras. Para 2025, o banco disponibilizou um orçamento de R$ 10 bilhões.
O financiamento oferece taxas de juros especiais, que combinam a Taxa Referencial (TR) em 40% e custos de mercado em 60%.
Até agora, o BNDES já aprovou 824 empréstimos, sendo que cerca de 52% desse valor foi destinado a micro, pequenas e médias empresas.
Essa linha de crédito apoia investimentos em máquinas e equipamentos que utilizam tecnologias modernas, como robótica, inteligência artificial (IA), computação na nuvem e sensores avançados.
Em comunicado, o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante, ressaltou que essa iniciativa é essencial para o país melhorar sua competitividade e eficiência.
“O maquinário brasileiro tem uma idade média de 14 anos e 38% dos equipamentos industriais estão no final ou além de seu período ideal de uso. Indústrias que inovam atraem novos investimentos, geram mais produtividade e empregos”, explicou Mercadante.
Essa ação faz parte do eixo de inovação e digitalização do Plano Mais Produção, que integra a política industrial do governo chamada Nova Indústria Brasil (NIB).
Mercadante defende um papel mais ativo do BNDES, com apoio a vários setores da economia, inclusive às indústrias.
Apesar disso, alguns economistas manifestam preocupações sobre o crescimento do banco e possíveis repetições de estratégias já usadas em mandatos anteriores do Partido dos Trabalhadores (PT).
A administração do BNDES já respondeu a essas críticas, afirmando que aposta em áreas estratégicas, como inovação tecnológica e energia limpa.
Uma pesquisa recente do Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) indicou que o uso de inteligência artificial nas médias e grandes indústrias brasileiras mais do que dobrou em dois anos, passando de 16,9% em 2022 para 41,9% em 2024.
O maior uso da IA está em grandes indústrias, com 500 ou mais trabalhadores, onde 57,5% já utilizam essa tecnologia.
Indústrias com 250 a 499 funcionários (42,5%) e com 100 a 249 funcionários (36,1%) apresentam menor utilização da inteligência artificial.