O presidente do Banco Nacional do Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES), Aloizio Mercadante, informou na última sexta-feira (22/8) que serão disponibilizados R$ 10 bilhões adicionais em linhas de crédito para as empresas menos afetadas pelo tarifaço dos Estados Unidos, somando-se aos R$ 30 bilhões anunciados anteriormente pelo governo federal.
Essas novas linhas de crédito serão direcionadas para empresas cujo impacto no faturamento seja inferior a 5%, enquanto os R$ 30 bilhões são destinados às empresas mais afetadas, que sofreram quedas superiores a 5%. Mercadante também afirmou que a liberação do crédito deve começar em 15 de setembro.
“A orientação do presidente Lula é que ninguém seja deixado para trás”, destacou ele. Segundo Mercadante, o objetivo do governo é preservar as empresas e, principalmente, os empregos.
Linhas de Crédito do BNDES
- Giro Emergencial Complementar: financiamento para despesas operacionais gerais.
Taxa de juros (LCD): 1,15% ao mês + spread bancário.
Prazo: até cinco anos, incluindo carência de até um ano. - Giro Diversificação Complementar: financiamento para exploração de novos mercados.
Taxa de juros (FAT Cambial): 0,29% ao mês + variação do dólar + spread bancário.
Prazo: até sete anos, incluindo carência de até um ano.
Mercadante ressaltou que as linhas de crédito do BNDES estão prontas e disponíveis, reforçando que todas as empresas afetadas terão acesso ao crédito necessário.
Plano anunciado pelo governo
O plano Brasil Soberano apresentado na semana anterior prevê uma linha de crédito de R$ 30 bilhões para as exportadoras, além do fortalecimento do Fundo de Garantia à Exportação (FGE) e a implementação de mecanismos para facilitar e garantir a abertura a novos mercados, especialmente para pequenos exportadores.
Segundo a Medida Provisória, os financiamentos poderão ser utilizados para:
- Capital de giro para produtores e empresas exportadoras impactados pelas tarifas adicionais impostas pelos Estados Unidos;
- Aquisição de bens de capital ou investimentos para adaptar atividades produtivas dos exportadores afetados;
- Investimentos que aumentem a densidade da cadeia produtiva, visando ampliar exportações e abrir novos mercados para produtos e serviços brasileiros;
- Investimentos em inovação tecnológica ou adaptação de produtos, serviços e processos para expandir exportações e acessar novos mercados;
- Outras ações relacionadas ao financiamento do comércio exterior, incluindo fornecedores, conforme ato conjunto dos ministros da Fazenda e do Desenvolvimento, Indústria, Comércio e Serviços.
Os recursos virão do superávit do Fundo Garantidor à Exportação (FGE), que atualmente possui saldo positivo de R$ 50 bilhões, dos quais R$ 30 bilhões serão destinados ao financiamento das indústrias prejudicadas pelas tarifas impostas pelo governo de Donald Trump.