Blue Origin, empresa de foguetes criada pelo bilionário da Amazon, Jeff Bezos, realizou nesta quinta-feira (13), por volta das 17h45 (horário de Brasília), o primeiro teste importante de seu foguete New Glenn.
O lançamento foi transmitido ao vivo nas redes sociais da empresa, onde uma plateia comemorou o sucesso e acompanhou o foguete cortando o céu em alta velocidade.
Inicialmente, a missão da Nasa chamada Escapade, prevista para o domingo (9), teve que ser adiada devido ao mau tempo e cobertura de nuvens.
Além disso, a Blue Origin precisou se ajustar à proibição temporária da Administração Federal de Aviação (FAA) para lançamentos durante o dia, devido a uma paralisação parcial do governo dos Estados Unidos, para encontrar uma nova data para o lançamento.
Na quarta-feira (12), uma intensa tempestade solar que iluminou o céu com auroras impediu uma nova tentativa, pois essas tempestades podem causar danos aos equipamentos espaciais.
A missão Escapade, cujo nome significa Escape and Plasma Acceleration Dynamics Explorers, será o primeiro voo do New Glenn levando uma carga útil de um cliente. O foguete já havia feito um voo de teste em janeiro, com equipamentos experimentais da própria Blue Origin.
A empresa planeja recuperar o primeiro estágio do foguete, que é a parte que o impulsiona inicialmente, fazendo-o pousar em uma plataforma marítima chamada Jacklyn.
Assim como sua concorrente SpaceX, a Blue Origin desenvolve foguetes parcialmente reutilizáveis para diminuir os custos de operação.
Em janeiro, o foguete não conseguiu pousar corretamente devido a um problema durante a reativação dos motores, mas a missão foi considerada um sucesso, pois a carga foi entregue em órbita corretamente.
Desde então, a empresa tem trabalhado para garantir que o pouso do propulsor seja bem-sucedido nesta nova tentativa.
Missão importante para Marte
Após alcançar a órbita, o New Glenn terá a tarefa de levar os satélites gêmeos Escapade até o Ponto de Lagrange 2 (L2), um local de equilíbrio gravitacional a cerca de 1,5 milhão de quilômetros da Terra.
Esses pontos são ideais para missões espaciais porque permitem que as naves permaneçam em órbita com baixo consumo de energia. O Telescópio Espacial James Webb, por exemplo, está nessa região.
Os satélites ficarão no L2 até o momento em que Marte estiver mais próximo da Terra, em 2026. Então farão uma breve passagem pela Terra para, finalmente, seguir para sua missão principal no planeta vermelho.
Estima-se que os satélites chegarão à órbita de Marte em setembro de 2027 para iniciar seus estudos científicos.
Comandada pela Universidade da Califórnia, em Berkeley, a missão vai investigar a atmosfera de Marte para entender por que o planeta perdeu sua atmosfera densa e analisar as condições de radiação, informações importantes para futuras missões tripuladas.
Durante a missão, os satélites farão medições simultâneas em várias partes da atmosfera e magnetosfera de Marte, desde 160 até 10.000 quilômetros de altitude, para entender melhor os processos que influenciam o clima e o ambiente marciano.
Essa missão faz parte do programa SIMPLEx da NASA, que incentiva o uso de naves pequenas e econômicas para pesquisas científicas. O custo total da missão é estimado em menos de 100 milhões de dólares.
