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quinta-feira, 28/08/2025

Bloqueio de R$ 3,2 bi em operações contra crime no setor de combustíveis

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Em Brasília

Três grandes operações foram realizadas nesta quinta-feira (28) para combater a lavagem de dinheiro no setor de combustíveis. Elas resultaram em mais de 400 mandados judiciais cumpridos, incluindo 14 prisões e numerosas buscas e apreensões em pelo menos oito estados.

Mais de R$ 3,2 bilhões foram bloqueados e sequestrados. Estima-se que grupos criminosos tenham movimentado ilegalmente cerca de R$ 140 bilhões. O ministro da Justiça, Ricardo Lewandowski, afirmou que essas são as maiores operações contra o crime organizado já feitas. Ele destacou também a importância da cooperação entre diferentes órgãos e o papel da PEC da Segurança Pública em tramitação no Congresso.

Participaram das operações o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, o diretor geral da Polícia Federal, Andrei Rodrigues, e o ministro Lewandowski. Segundo eles, os criminosos usavam o setor econômico e financeiro para lavar o dinheiro ilícito.

As três operações

As operações são chamadas Quasar, Tank e Carbono Oculto. Duas são conduzidas pela Polícia Federal e uma pelo Ministério Público de São Paulo, com participação da Receita Federal em todas.

Por se tratar de organizações diferentes e níveis federais e estaduais, a colaboração entre órgãos foi essencial.

“Houve uma sincronização das ações e total integração entre as três operações,” explicou Andrei Rodrigues.

A operação Carbono Oculto foca em fraudes e sonegação fiscal no setor de combustíveis, enquanto Quasar e Tank investigam lavagem de dinheiro e gestão fraudulenta em instituições financeiras.

Resultados da PF

Na operação da Polícia Federal, 141 veículos foram apreendidos, 1.500 sequestrados, mais de R$ 300 mil em dinheiro apreendidos e mais de R$ 1 bilhão bloqueados. Além disso, 192 imóveis e duas embarcações foram apreendidos ou sequestrados, e 21 fundos de investimento e dezenas de pessoas físicas e jurídicas tiveram bloqueios e ações judiciais.

Detalhes da Carbono Oculto

Andrea Chaves, subsecretária da Receita Federal, explicou que a operação revelou uma inserção do crime organizado na economia real e no mercado financeiro.

A estrutura criminosa abrangia toda a cadeia de combustíveis, da importação ao consumidor, infiltrando-se em produção, distribuição e venda, e usando esquemas complexos para ocultar patrimônio.

Cerca de mil postos de combustíveis em mais de 10 estados movimentavam R$ 52 bilhões. Uma fintech atuava como um banco paralelo para o crime.

Foram cumpridos 12 mandados de busca e apreensão em cidades como São Paulo, Campinas e Ribeirão Preto, além do bloqueio judicial de fundos e bens até o valor de R$ 1,2 bilhão.

Ação estratégica

Fernando Haddad afirmou que a estratégia não é aleatória, mas resultado de decisão política e uso intensivo da inteligência do Estado para rastrear o dinheiro e identificar lideranças criminosas.

Mais de mil servidores participaram das operações, visando desmantelar uma verdadeira “refinaria do crime”.

“Deciframos o caminho do dinheiro, que é muito sofisticado e engloba várias camadas, com a participação fundamental dos auditores-fiscais,” explicou Haddad.

Graças a essa inteligência, foi possível identificar mais de mil postos de gasolina, quatro refinarias e mil caminhões usados pelo crime para transportar combustível adulterado.

Este trabalho foi integralmente coordenado para desarticular esquemas complexos de corrupção e lavagem de dinheiro no setor de combustíveis, protegendo a economia e a população.

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