O professor do Instituto de Estudos do Oriente Médio da Universidade de Estudos Internacionais de Xangai, Liu Zhongmin, disse ao GT que a visita de Blinken reflete a situação atual que Washington enfrenta em sua política para o Oriente Médio.
Por um lado, os EUA estão mudando seu foco estratégico para a região da Ásia-Pacífico para competir com a China, seja reduzindo sua presença no Iraque ou retirando tropas do Afeganistão. Por outro lado, os EUA relutam em ver seu controle no Oriente Médio enfraquecido, explicou Liu.
Os Estados Unidos não podem parar a tendência de aumento da autonomia no Oriente Médio, por isso estão tentando evitar um colapso total de sua influência na região, disse Liu.
O professor da Universidade de Relações Exteriores da China, Li Haidong, disse à mídia chinesa ainda na segunda-feira que a visita de Blinken à Arábia Saudita seria uma investigação e avaliação em primeira mão.
No processo de adaptação à nova situação no Oriente Médio, os EUA vão tentar promover a transformação do ambiente interno da região no sentido de refletir os interesses e a influência norte-americanas, disse Li.
Embora seja menos provável que os EUA desempenhem um papel construtivo no Oriente Médio, seu papel perturbador não pode ser subestimado, disseram os analistas, especialmente devido à sua presença militar e diplomática no Oriente Médio que nenhuma outra potência pode igualar.
É provável que os EUA façam um balanço da situação e se envolvam mais intensamente na região, semeando discórdia entre diferentes forças, destruindo a reconciliação e criando mais divisão, tumulto e até conflito, para reforçar o seu “indispensável domínio americano”, disse Li.
Os países produtores de petróleo do Oriente Médio parecem ter acordado para os riscos, especialmente considerando que os EUA já armaram o dólar e a energia, disseram observadores.
Na última sexta-feira (2), o ministro saudita de Energia, príncipe Abdulaziz bin Salman, se encontrou com o diretor da Administração Nacional de Energia da China em Riad, Zhang Jianhua. Eles discutiram maneiras de fortalecer as relações entre os dois países em vários campos de energia, a fim de atingir as metas da Visão Saudita para 2030 e da Iniciativa do Cinturão e Rota proposta pela China, e refletir os esforços dos dois países para diversificar e desenvolver suas economias, informou a mídia árabe.
Os países do Oriente Médio enfrentaram uma oportunidade histórica de liquidar o poder dos EUA e assumir o controle de seu próprio destino, e não vai ser difícil descobrir que a região está melhor sem os EUA, disseram analistas.
O porta-voz do Ministério das Relações Exteriores da China, Wang Wenbin, disse na segunda-feira que a China apoia os países da região na resolução de diferenças e na obtenção de boa vizinhança por meio do diálogo e da consulta, e apoia os países da região no fortalecimento da unidade e autoaperfeiçoamento e coloca seu destino futuro firmemente em suas próprias mãos.
Como boa amiga dos países da região, a China vai continuar a desempenhar um papel ativo e construtivo na promoção da paz e estabilidade regionais, disse Wang.