FERNANDO NARAZAKI
FOLHAPRESS
O bitcoin caiu mais de 3% nesta sexta-feira (14), chegando ao seu menor valor em sete meses, devido à saída dos investidores de ações arriscadas e às dúvidas sobre o desempenho das empresas de tecnologia.
A criptomoeda chegou a cair 3,9%, sendo cotada a US$ 94,81 mil (R$ 503,4 mil) por volta das 10h30 (horário de Brasília). Uma hora depois, a queda diminuiu, estando em US$ 96,55 mil, uma baixa de 2,33%.
Este é o preço mais baixo desde 5 de maio, quando o bitcoin estava em US$ 94,73 mil. Após essa data, houve uma forte alta que levou ao recorde de US$ 126,44 mil em 6 de outubro. Desde 10 de outubro, o valor vem caindo até a queda de hoje.
O comportamento do bitcoin acompanha o das ações das empresas de tecnologia, que têm sofrido perdas desde o início do mês, em função da preocupação com uma valorização exagerada das companhias de inteligência artificial, que tinham impulsionado o mercado recentemente.
Joe Saluzzi, sócio e cofundador da Themis Trading, comentou que “as pessoas já perceberam a supervalorização do mercado, que vinha acontecendo há algum tempo, e agora estão ajustando suas posições. O movimento de alta muito rápida está começando a se reverter”.
Ele acrescentou: “Quando a situação piorar, como estamos vendo hoje, os investidores vão vender tudo. Não há espaço para investimentos seguros no momento”.
As bolsas de valores ao redor do mundo também registraram quedas. Em Nova York, a Nasdaq, índice que contempla as grandes empresas de tecnologia, caía 0,48% às 12h07 (horário de Brasília), caminhando para sua segunda semana negativa consecutiva e quinta sessão de perdas seguidas. O Dow Jones caía 1,16% e o S&P 500 recuava 0,64%.
Na Europa, o índice STOXX 600, que é referência na União Europeia, caiu 1,07%, com as principais bolsas europeias seguindo a tendência: Paris (-0,97%), Madri (-1,70%), Milão (-1,74%), Londres (-1,31%) e Frankfurt (-0,82%).
Na Ásia, também houve queda, com o índice SSEC de Xangai recuando 1%, enquanto o CSI300, que reúne as maiores empresas listadas em Xangai e Shenzhen, fechou com baixa de 1,6%.
As ações de tecnologia lideraram as perdas, após fortes vendas de ações da Nvidia e outras grandes empresas de inteligência artificial em Wall Street, uma reação também influenciada pela diminuição das chances de cortes nas taxas de juros nos EUA em dezembro.
Os investidores aguardam a retomada da divulgação de dados econômicos dos EUA, que havia sido interrompida devido à paralisação do governo, que durou 43 dias, a mais longa da história. Com o fim desse ‘shutdown’, espera-se que os dados sejam atualizados em breve.
Os relatórios importantes, como os do PIB (Produto Interno Bruto) e do mercado de trabalho, que são essenciais para as decisões do Federal Reserve (banco central dos EUA) sobre a taxa de juros, não foram divulgados desde o fim de setembro, e não há previsão de retorno desses dados.
