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domingo, 05/10/2025

Bilionário contra imigração ganha eleição na República Tcheca

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Andrej Babiš, bilionário e ex-primeiro-ministro da República Tcheca, retorna ao cenário político europeu neste sábado (4/10) após seu partido, Ação dos Cidadãos Insatisfeitos (ANO), conquistar a vitória nas eleições parlamentares deste fim de semana.

Com 34,7% dos votos, o partido populista superou a aliança governista Spolu, liderada pelo atual premiê Petr Fiala, que obteve aproximadamente 23,2%, conforme dados do Escritório de Estatísticas tcheco.

“O povo nos concedeu um mandato claro para alterar o caminho do país”, declarou Babiš após o resultado final. “Nosso foco será reerguer a economia, diminuir os impostos e proteger as famílias da República Tcheca.”

Com esse percentual, o ANO tornou-se a força política predominante na Câmara dos Deputados, composta por 200 assentos. Contudo, sem alcançar maioria absoluta, Babiš terá de formar alianças para assegurar a administração do governo.

Figura polarizadora no cenário tcheco, Babiš reafirmou sua intenção de fortalecer o movimento populista e anti-imigração no continente europeu, além de diminuir o suporte à Ucrânia.

Durante seu mandato anterior, entre 2017 e 2021, enfrentou acusações de corrupção ligadas ao seu império empresarial, o conglomerado Agrofert, que atua em setores como agricultura, mídia e indústria química. Ele nega essas acusações, tentando se posicionar como um empresário que compreende os desafios reais da população.

Na campanha, Babiš focou em questões econômicas, prometendo elevação dos salários, cortes tributários e auxílio para estudantes e jovens famílias. Esse discurso ressoou em uma população afetada pela inflação e pela diminuição do poder de compra, insatisfeita com a gestão de centro-direita de Petr Fiala, criticada por medidas austeras e redução de programas sociais.

Durante sua administração passada, Babiš teve conflitos com entidades da União Europeia, que chegaram a suspender parte dos subsídios às suas empresas. Agora, tenta adotar uma postura mais moderada, afirmando que seu governo será favorável à União Europeia e à OTAN.

Apesar disso, seu retorno reacende o debate sobre a influência de grandes magnatas na política e a fragilização dos partidos tradicionais na região do leste europeu.

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