A imprensa dos EUA noticiou neste domingo (27) que está aumentando a pressão parlamentar para intensificar o rastreamento de armas enviadas pelos Estados Unidos à Ucrânia.
Encorajados por seu sucesso nas eleições de meio de mandato, os republicanos da Câmara alertaram o governo de Joe Biden, presidente dos EUA, para esperar uma supervisão muito mais dura da extensa assistência militar que forneceu à Ucrânia.
Segundo o jornal Washington Post, Joe Biden vem resistindo aos apelos bipartidários para fazer inspeções sobre as armas americanas que estão sendo manuseadas pelo Exército ucraniano.
Enquanto muitos parlamentares pedem mais rigor na fiscalização do arsenal, o presidente dos EUA argumenta que destacar inspetores para mais perto da linha de frente pode provocar a Rússia.
Autoridades norte-americanas disseram ao jornal sob condição de anonimato que especialistas dos EUA estão atualmente conduzindo inspeções de armas desarmados, uma condição que os impede de ir mais fundo na Ucrânia.
No entendimento do presidente norte-americano, um projeto de lei de fiscalização exigiria uma rede de relatórios do Pentágono e dos inspetores gerais que policiam as transferências de armas, além do estabelecimento de uma força-tarefa para implementar medidas de rastreamento aprimoradas.
A administração de Joe Biden pediu ao Congresso, no último dia 15, mais de US$ 37 bilhões (R$ 197,34 bilhões) em assistência adicional à Ucrânia
O deputado Mike Waltz, um dos legisladores dos EUA que pressiona por uma maior supervisão das armas entregues à Ucrânia, disse em entrevista ao Washington Post que o histórico de transparência da Ucrânia era muito ruim para deixar as armas americanas “fora de vista”.
“Os contribuintes merecem saber que o investimento está indo para onde deveria ir”, disse o deputado Jason Crow (Democrata do Colorado), um veterano que se tornou legislador.
O porta-voz do Pentágono, Patrick Ryder, disse que os EUA estavam conduzindo inspeções onde as condições de segurança permitiam e apenas em locais longe da linha de frente.
Verificações são supostamente realizadas quando as armas estão sendo transferidas para os ucranianos, sendo a única exceção a tecnologia sensível. Sistemas de mísseis como Avengers, Stingers e Javelins garantem monitoramento “aprimorado” da nação receptora.
Relatórios anteriores dos EUA sugeriram que os americanos haviam realizado apenas duas inspeções pessoais na Ucrânia desde fevereiro, respondendo por cerca de 10% das 22 mil armas fornecidas pelos EUA, incluindo Stingers e Javelins.