Líderes devem discutir pandemia, aquecimento global e Coreia do Norte, mas as nuances das relações dos dois países com a China devem dominar a conversa
As reuniões bilaterais entre líderes nacionais se tornaram raras durante a pandemia. E, quando acontecem, denotam a importância do encontro. Quando Joe Biden, presidente dos Estados Unidos, se reunir nesta sexta-feira, 16, com Yoshihide Suga, primeiro ministro do Japão, haverá uma mensagem sendo passada.
O encontro dos dois é a primeira conversa presencial que Biden terá com outro chefe de estado desde que assumiu a Casa Branca em janeiro, e demonstra a importância que a Ásia e o Japão em especial têm na política internacional dos EUA.
Os mandatários devem discutir assuntos bastante contemporâneos, como a pandemia de covid-19, mudanças climáticas, a Coreia do Norte, e também a China, que já demonstrou publicamente descontentamento com o encontro dos líderes.
EUA e Japão compartilham sentimentos sobre alguns comportamentos recentes do país, como acusações de violações de direitos humanos da população Uigur na província de Xinjiang. É esperado que os dois atém emitam um comunicado em conjunto, expressando preocupação sobre o caso.
O uso de tecnologia para ganhar vantagens competitivas econômicas também é preocupação dos países, especialmente do Japão, que tem na China seu principal comprador de exportações, cerca de 22%.
Biden sinaliza desde a campanha que pretende trabalhar com aliados antigos dos EUA, de maneira multilateral, ao contrário da política externa do antecessor, Donald Trump. A diplomacia americana começa a ganhar novos ares.