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sexta-feira, 27/06/2025




Bebês sentem dor mesmo sem entender o motivo

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Uma nova pesquisa da University College London (UCL), no Reino Unido, revela que bebês são capazes de sentir dor antes que seus cérebros estejam completamente preparados para interpretar essa sensação.

O estudo, publicado na revista científica Pain em 18 de junho, examinou imagens cerebrais de 372 recém-nascidos para compreender como as áreas do cérebro ligadas à dor se desenvolvem nas primeiras semanas de vida.

“Nos recém-nascidos, essa rede de regiões cerebrais relacionadas à dor ainda está em desenvolvimento, o que sugere que a experiência da dor para eles é muito diferente da maneira como nós, adultos, a percebemos”, explicou Lorenzo Fabrizi, professor de neurociência da UCL e autor principal do estudo.

O que os bebês sentem

A dor é uma experiência complexa que envolve o corpo, as emoções e a interpretação do que acontece. Em adultos, o cérebro processa tudo isso simultaneamente. Em bebês, essas partes se desenvolvem em tempos diferentes.

Por volta da 34ª semana de gestação, os bebês já conseguem sentir dor, mesmo que ainda não compreendam sua origem ou significado. Entre as semanas 36 e 38, o cérebro passa a reconhecer a dor como algo desconfortável. A capacidade de interpretar essa sensação e entender o que está acontecendo só amadurece totalmente depois das 42 semanas.

Antes disso, o bebê sente o estímulo doloroso, mas pode não saber onde dói, por que dói ou como reagir. Fabrizi ressalta: “A dor é uma experiência com componentes físicos, emocionais e cognitivos, cada um associado a diferentes áreas cerebrais.”

Bebês prematuros são mais sensíveis

O estudo incluiu bebês com menos de duas semanas de vida, nascidos entre a 32ª e a 42ª semana de gestação, para observar o desenvolvimento natural do cérebro, sem influência das experiências pós-nascimento.

A pesquisa ainda ajuda a explicar um estudo anterior da mesma equipe, que constatou que bebês prematuros mantêm reações à dor mesmo após múltiplas exposições a procedimentos médicos. Isso ocorre porque as áreas cerebrais responsáveis por avaliar e interpretar a dor ainda estão imaturas.

“Nossos resultados indicam que bebês prematuros são especialmente vulneráveis a procedimentos dolorosos durante fases críticas do desenvolvimento cerebral”, destacou Fabrizi.

Ele ressalta a importância de cuidados pediátricos adequados, com manejo personalizado da dor e atenção ao momento das intervenções médicas em recém-nascidos, especialmente nos prematuros.




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