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sexta-feira, 22/11/2024
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Bebês nascidos por inseminação herdam problema de fertilidade

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Estudo comprova que homens que foram concebidos a partir de um tratamento de fertilidade podem enfrentar os mesmos problemas de seus pais

Um estudo belga mostrou que homens cujos pais precisaram fazer um tratamento chamado injeção intracitoplasmática de espermatozoides para conceber são 3 vezes mais propensos a ter concentrações de esperma abaixo no nível considerado "normal" pela OMS e são 4 vezes mais propensos a ter baixa contagem de esperma total. (iStock/Getty Images)
Um estudo belga mostrou que homens cujos pais precisaram fazer um tratamento chamado injeção intracitoplasmática de espermatozoides para conceber são 3 vezes mais propensos a ter concentrações de esperma abaixo no nível considerado “normal” pela OMS e são 4 vezes mais propensos a ter baixa contagem de esperma total. (iStock/Getty Images)

Meninos que foram concebidos com a ajuda de tratamentos de fertilidade podem enfrentar os mesmos problemas quanto decidirem ter filhos. De acordo com um estudo publicado quarta-feira no periódico científico Human Reproduction, filhos de pais que precisaram realizar um tratamento chamado injeção intracitoplasmática de espermatozoides (ICSI, na sigla em inglês) para conceber herdaram a baixa fertilidade de seus pais.

A técnica, desenvolvida na década de 1990 para ajudar os homens com problemas nos espermatozoides – baixa contagem, forma anormal ou baixa motilidade – a terem filhos e consiste em selecionar um espermatozoide e boa qualidade e injetá-lo diretamente no óvulo, em um procedimento feito em laboratório.

O estudo, realizado por pesquisadores da Universidade de Bruxelas, na Bélgica, onde o método foi desenvolvido, analisou 54 homens com idades entre 18 e 22 anos nascidos de ICSI e comparou-os com 57 homens da mesma idade que foram concebidos naturalmente (grupo de controle).

Os resultados mostraram que os participantes nascidos de ICSI tinham quase a metade da concentração de espermatozoides e uma contagem até duas vezes mais baixa de esperma total e espermatozoides móveis, em comparação com o grupo de controle. Os pesquisadores concluíram também que esses homens foram quase três vezes mais propensos a ter concentrações de esperma abaixo no nível considerado “normal” pela Organização Mundial da Saúde (OMS) – 15 milhões por mililitro de sêmen – e quatro vezes mais propensos a terem contagens totais de esperma abaixo de 39 milhões.

Para Andre Van Steirteghem, líder do estudo, esse é o primeiro estudo que prova que, apesar do tratamento, os filhos herdam os problemas de qualidade do esperma de seus pais. Mas, ele ressalta que isso não é necessariamente uma constante. “As características do sêmen de pais com ICSI não preveem a qualidade do sêmen de seus filhos. Está bem estabelecido que os fatores genéticos desempenham um papel na infertilidade masculina, mas muitos outros fatores podem também interferir nisso.” afirma.

Richard Sharpe, líder da equipe de pesquisa em Saúde Reprodutiva Masculina da Universidade de Edimburgo, na Escócia, lembra em entrevista à rede britânicaBBC que, como a maioria dos casos de infertilidade masculina são inexplicáveis, não era possível afirmar que os problemas de fertilidade de um homem foram herdados de seus pais.

“É importante ressaltar que os resultados são um lembrete para nós de que a ICSI não é um tratamento para a infertilidade masculina, mas simplesmente uma maneira de contornar um problema e deixá-lo para a próxima geração lidar”, ressaltou.

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