MARIANA BRASIL
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O presidente Luiz Inácio Lula da Silva (PT) pediu novamente que o Banco Central reduza a taxa de juros durante o lançamento de um novo programa habitacional do governo.
“O BC precisa começar a abaixar os juros. Todos sabem as dificuldades que encontramos e estamos trabalhando para que o país tenha uma política monetária justa”, afirmou ele.
O presidente declarou que deseja que as empresas e os bancos tenham crescimento e lucro, mas sem explorar o povo. Sugeriu que o dinheiro seja ganho de forma justa, com empréstimos a juros acessíveis.
Lula direcionou essa parte do discurso ao ministro da Fazenda, Fernando Haddad, que estava presente no evento. Ele destacou que o problema dos juros está sob a responsabilidade deles e cobrou a redução das taxas pelo Banco Central. A fala aconteceu na cerimônia de lançamento do programa Reforma da Casa Própria.
“Os empresários que reclamam de nós têm cerca de R$ 500 bilhões em desoneração e isenção fiscal, mas não querem reduzir 1% disso. Por isso, precisamos mostrar de que lado estamos e para quem realmente queremos governar.”
A taxa máxima de juros do novo programa habitacional é de 1,95% ao mês.
Em setembro, o Banco Central manteve a taxa básica de juros em 15% ao ano pela segunda vez seguida — o maior patamar em quase 20 anos — e indicou que essa taxa deve ficar assim por um tempo para controlar a inflação e voltar à meta de 3%.
O IPCA (índice oficial de inflação) subiu 5,17% nos 12 meses até setembro, acima dos 5,13% de agosto.
Em entrevista recente ao programa Bom Dia Ministro, do CanalGov, o ministro Fernando Haddad disse que a taxa Selic está “excessivamente alta”. Segundo ele, o Banco Central escuta várias partes para tomar suas decisões, como o mercado financeiro, o setor produtivo e o próprio governo.
Para Haddad, a tarefa do Ministério da Fazenda é levar informações sobre a economia para o Banco Central.
Essa cobrança para reduzir a taxa de juros é apoiada por outros ministros do governo Lula, como Gleisi Hoffmann (Relações Institucionais), que afirmou que as taxas de juros “não refletem a realidade da economia brasileira”.