O Banco Central reiterou seu compromisso em reduzir a inflação para a meta de 3%, conforme destacou em uma carta de acompanhamento divulgada no Relatório de Política Monetária (RPM) na quinta-feira, 18. A instituição afirmou que suas decisões são sempre voltadas para alcançar essa meta dentro do período esperado.
Segundo o relatório, ajustar a inflação para dentro da faixa de tolerância é uma etapa natural para atingir a meta central.
O relatório também apontou que em junho a inflação anual ficou em 5,35%, ultrapassando o limite máximo de 4,5% por seis meses consecutivos. Entretanto, em novembro, o índice de preços ao consumidor (IPCA) caiu para 4,46%, ficando abaixo do teto.
O Banco Central ressalta que essa desaceleração dos preços está alinhada às projeções feitas por sua equipe. A redução da demanda na economia é um fator importante para que a inflação volte à meta, e dados recentes indicam que essa desaceleração está mesmo ocorrendo.
Por exemplo, no terceiro trimestre de 2025, o crescimento do consumo das famílias foi menor que nos períodos anteriores, refletindo uma queda na renda disponível. Além disso, o elevado endividamento das famílias e o aumento do comprometimento da renda para pagar dívidas também têm limitado o consumo.
As previsões indicam que o hiato do produto, que representa a diferença entre o que a economia produz e seu potencial, continuará positivo, mas deve diminuir gradualmente nos próximos meses. Isso mostra uma maior confiança no processo de redução da inflação.
Desvio
O Banco Central estima que o IPCA de dezembro terá alta de 0,41%, resultando em uma inflação anual de 4,35%. Com isso, o desvio em relação à meta de 3% seria de 1,35 ponto percentual.
Os principais fatores que elevaram a inflação foram: a inércia dos preços dos últimos 12 meses (1,13 ponto), expectativas de inflação altas (0,70 ponto), o hiato do produto positivo (0,40 ponto) e a cobrança da bandeira tarifária na energia elétrica (0,18 ponto). Por outro lado, a inflação importada teve efeito contrário, reduzindo o impacto (-0,66 ponto), assim como outros fatores (-0,39 ponto).
O Banco Central destaca que a inflação tem mostrado sinais de desaceleração, embora ainda permaneça acima da meta de 3% no acumulado anual. A gradual redução dos preços pode ser observada principalmente na inflação importada. As projeções para os próximos meses indicam que os fatores que atualmente elevam a inflação devem se estabilizar, influenciados pela política monetária mais rigorosa adotada pela autarquia.

