NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Banco Central realizou uma intervenção dupla no câmbio na manhã desta quarta-feira (25), através de operações simultâneas de compra e venda de dólares. Paralelamente, a entidade vendeu US$ 1 bilhão no mercado à vista e negociou todos os 20 mil contratos em uma operação de swap cambial reverso, também no valor correspondente a US$ 1 bilhão.
No leilão à vista, o BC aceitou oito propostas, com diferencial de corte de -0,000300, ocorrendo entre 9h30 e 9h35.
Na intervenção de swap cambial reverso, foram aceitas duas propostas totalizando os 20 mil contratos, com taxa de corte de 6,0100, com vencimento em 1º de agosto.
Com a venda no mercado à vista, o BC retira dólares de suas reservas internacionais para vender aos operadores de câmbio. Já a operação de swap cambial reverso tem efeito prático de compra de dólares no mercado futuro.
Na operação de swap cambial reverso, o Banco Central recebe a variação do dólar acrescida de uma taxa de juros (cupom cambial) e compromete-se a pagar a variação da taxa básica de juros doméstica no período, a Selic.
Ao atuar nos dois lados com operações de valores iguais, os leilões tendem a não influenciar diretamente o comportamento da taxa de câmbio, causando um impacto mais perceptível no cupom cambial, ou seja, na taxa de juros aplicada sobre o dólar.
O dólar iniciou o dia estável na quarta-feira, com investidores atentos às notícias sobre o conflito entre Israel e Irã, além de aguardarem os leilões do Banco Central. Às 9h05, a moeda americana estava cotada a R$ 5,5191, em leve queda de 0,01%.
Movimentos semelhantes já foram realizados pelo BC em 2019, na gestão de Roberto Campos Neto. Naquela ocasião, a operação foi conhecida no mercado financeiro como “casadão”.