O Banco Central (BC) revisou para cima sua previsão de crescimento do saldo total de crédito no Brasil para este ano, passando de 8,5% para 8,8%. Além disso, pela primeira vez, divulgou a estimativa para 2026, que é de 8,0%. Essas informações foram apresentadas no Relatório de Política Monetária (RPM) do terceiro trimestre, publicado em 25 de março.
De acordo com o relatório, em termos reais, o crescimento do crédito total deve ser de 3,8% em 2025 e de 4,2% em 2026, representando uma desaceleração considerável em relação aos 6,4% previstos para 2024. Essa redução está alinhada com a expectativa de um crescimento econômico mais lento e com os efeitos tardios da política monetária.
A alta revisão para 2025 reflete principalmente a previsão de maior expansão do crédito para empresas, de 9,5% para 12,5%, estimulada pelo aumento das concessões no crédito rural e em operações garantidas pelo Programa Emergencial de Acesso ao Crédito (PEAC). Apesar disso, a tendência geral é de desaceleração.
O RPM destaca que houve uma mudança na tendência de crescimento do saldo das operações de crédito do sistema financeiro, que começou a desacelerar, em parte devido à política monetária mais rigorosa.
Para 2025, o BC também ajustou as previsões para o saldo total de crédito das pessoas físicas, de 9,3% para 9,4%, e para pessoas jurídicas, de 7,3% para 8,0%. A previsão para o saldo total de crédito livre passou de 8,3% para 8,4%, com ajustes para pessoas físicas (de 10,0% para 10,5%) e jurídicas (de 6,0% para 5,5%). O crédito direcionado também foi revisado, passando de 8,8% para 9,5%, com pequenas alterações nas categorias de pessoas físicas e jurídicas.
As projeções indicam que o crescimento do crédito em 2025 será inferior ao de 2024, conforme esperado.
Para 2026, o BC estima um crescimento de 8,3% no saldo total de crédito para pessoas físicas e de 7,4% para pessoas jurídicas. Quanto às categorias de crédito, a previsão é de alta de 7,7% no crédito livre, com 8,5% para pessoas físicas e 6,5% para pessoas jurídicas, e de 8,3% no crédito direcionado, com aumentos de 8,0% para pessoas físicas e 9,0% para pessoas jurídicas.