A inflação medida pelo IPCA em abril foi a maior para o mês em 26 anos, desde 1996. Veja quanto os itens ficaram mais caros
A inflação de abril fechou o mês com variação de 1,06% no Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), segundo divulgou nesta quarta-feira, 11, o IBGE. A alta foi menor do que a de março, mas esta ainda é a maior inflação para o mês de abril em 26 anos, desde 1996.
No acumulado de 12 meses, a inflação foi de 12,13%.
Como nos meses anteriores, alimentos e combustíveis puxaram as altas. Juntos, os grupos de “Alimentos e Bebidas” e “Transportes” (que incluem os combustíveis) responderam por 80% do IPCA de abril, diz o IBGE.
Além de raízes (como a cenoura, uma das campeãs de inflação no ano), legumes e hortaliças, um destaque nas altas de preço são as farinhas e produtos panificados, em meio à disparada do preço do trigo no mercado internacional com a guerra na Ucrânia.
O pão francês, por exemplo, subiu 4,5% no mês.
A gasolina, que tem o maior impacto na cesta do IPCA, subiu 2,48% em abril, mas não esteve entre as maiores altas do mês: o vencedor entre os combustíveis foi o etanol, que subiu mais de 8%, seguido pelo diesel, que ficou quase 5% mais caro.
Desta vez, além disso, há alguns outros destaques: as corridas de táxi subiram mais de 9% em abril, com reajuste nas tarifas em várias cidades, como São Paulo. O transporte por aplicativo (que inclui apps como Uber e 99) subiu pouco mais de 4% no mês.
Os táxis vinham com preços muito competitivos diante das altas do transporte por aplicativo: no IPCA, subiram somente 11% em um ano até abril, perto de 67% dos apps.
Os remédios também tiveram reajuste geral neste mês. Com base na inflação acumulada do ano passado, foi autorizado pelo órgão regulador do setor um reajuste de até 10,9% nos medicamentos, a depender da categoria, e que fez alguns medicamentos figurarem entre as maiores altas do mês.
Veja os itens que mais subiram de preço em abril:
(variação mensal, em %)
- Batata-inglesa — 18.28%
- Morango — 17.66%
- Maracujá — 15.99%
- Couve-flor — 13.25%
- Açaí (emulsão) — 11.73%
- Leite longa vida — 10.31%
- Tomate — 10.18%
- Passagem aérea — 9.48%
- Abobrinha — 9.31%
- Táxi — 9.16%
- Etanol — 8.44%
- Óleo de soja — 8.24%
- Hormonal — 7.96%
- Flores naturais — 7.76%
- Farinha de trigo — 7.34%
- Melão — 7.32%
- Feijão carioca (rajado) — 7.1%
- Hipotensor e hipocolesterolêmico — 6.81%
- Anti-inflamatório e antirreumático — 6.79%
- Oftalmológico — 6.75%
- Antialérgico e broncodilatador — 6.66%
- Gastroprotetor — 6.63%
- Antidiabético — 6.34%
- Óleos e gorduras — 6.17%
- Anti-infeccioso e antibiótico — 6.15%
Veja os itens com maior alta acumulada em 12 meses
(variação anual até abril, em %)
- Cenoura — 178.02%
- Tomate — 103.26%
- Abobrinha — 102.99%
- Melão — 82.46%
- Morango — 70.39%
- Café moído — 67.53%
- Transporte por aplicativo — 67.18%
- Batata-inglesa — 63.4%
- Repolho — 54.72%
- Óleo diesel — 53.58%
- Pimentão — 51.33%
- Mamão — 45.62%
- Gás veicular — 45.18%
- Alface — 45.04%
- Etanol — 42.11%
- Couve-flor — 38.93%
- Pepino — 38.26%
- Melancia — 37.35%
- Açúcar refinado — 36.99%
- Maracujá — 36.75%
- Brócolis — 35.7%
- Gás encanado — 35.21%
- Açúcar cristal — 34.61%
- Gás de botijão — 32.34%
- Óleo de soja — 31.53%