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quinta-feira, 06/11/2025




Bares e fábricas ensinam a reconhecer bebidas falsificadas

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Associações que representam bares, restaurantes, fabricantes e importadores de bebidas estão oferecendo treinamentos gratuitos para donos e funcionários, ensinando como identificar bebidas falsificadas ou adulteradas.

Os cursos, promovidos pela Associação Brasileira de Bares e Restaurantes (Abrasel), Associação Brasileira de Bebidas Destiladas (ABBD) e Associação Brasileira de Bebidas (Abrabe), mostram como perceber sinais de falsificação em garrafas, tampas, rótulos e líquidos.

Um dos principais cuidados é com a tampa, que é um ponto-chave na segurança das bebidas: tampas verdadeiras possuem acabamento perfeito, sem amassados ou espaços estranhos, e a arte impressa é de alta qualidade. Tampas com lacres plásticos sobrepostos indicam possível adulteração.

Outro detalhe importante é o selo fiscal, obrigatório em bebidas destiladas importadas. Esse selo, fabricado pela Casa da Moeda do Brasil, tem uma holografia que mostra apenas uma letra por vez (R, F ou B). Se todas as letras aparecem juntas, há chance do selo ser falso.

Também se deve observar se todas as garrafas da mesma marca têm o mesmo nível de líquido e se o líquido está claro e sem impurezas. Diferenças de cor podem ser sinal de falsificação.

Produtos verdadeiros têm impressões de alta qualidade, informações obrigatórias em português (ingredientes, origem, registro no Ministério da Agricultura e Pecuária – Mapa) e não apresentam erros de grafia, o que indicaria falsificação.

Cuidados

O treinamento alerta sobre os riscos legais e sociais do mercado ilegal. Estabelecimentos que compram de fontes informais ou sem cautela podem ser responsabilizados criminalmente, segundo as associações.

Também é orientado o correto descarte das garrafas vazias, já que 100% das bebidas falsas encontradas em operações policiais foram colocadas em garrafas originais reutilizadas.

“A expansão do mercado informal no Brasil põe em risco a saúde das pessoas. Bebidas ilegais são vendidas em média 35% mais baratas que as originais, podendo chegar a 48%, resultado da alta carga de impostos e impunidade, que estimulam o comércio ilegal”, afirmou Eduardo Cidade, presidente da ABBD.

Pesquisa da Federação de Hotéis, Bares e Restaurantes do Estado de São Paulo (FHORESP) revelou que 36% das bebidas vendidas no Brasil são falsas, adulteradas ou contrabandeadas.

Recomenda-se sempre verificar a procedência, comprar apenas de fornecedores conhecidos e exigir nota fiscal. Sempre que puder, confira a autenticidade da nota na Receita Federal para evitar notas falsas.

Cuidados maiores são necessários em festas fora de ambientes controlados, sem alvará ou fiscalização, locais onde bebidas falsas são mais comuns e oferecem sérios riscos à saúde dos consumidores.

Medo muda hábitos

Casos recentes de contaminação por metanol no estado de São Paulo têm alterado o comportamento social na capital. Marcílio Eduardo Ferreira da Silva Júnior, garçom, pensa em cancelar sua festa de aniversário marcada para um bar central, por medo das bebidas adulteradas.

“Eu gosto de gin e whisky, mas acho que não farei minha festa por causa dessas questões de bebidas falsas. Estou com medo”, afirmou.

Rafael Douglas Martins, funcionário de um bar em Santa Cecília, zona oeste de São Paulo, relata queda no consumo de bebidas destiladas durante a semana. O bar parou de vendê-las por segurança e só retomará quando a situação melhorar.

“Suspendemos a venda por segurança, tanto para clientes quanto para nós. Não estamos vendendo whisky, gin, caipirinha ou vodca”, disse.

Martins destaca que os fornecedores do bar são confiáveis e possuem nota fiscal, mas a cautela prevalece. As informações foram obtidas pela Agência Brasil.




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