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sexta-feira, 03/10/2025




Barco final da flotilha em Gaza tenta romper bloqueio, mas é parado

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O barco final da flotilha Global Sumud, que busca romper o bloqueio marítimo que Israel impõe à Faixa de Gaza para entregar ajuda humanitária aos palestinos, dirigia-se ao enclave na sexta-feira (3/10), conforme informam os organizadores, mas acabou sendo detido.

“Marinette”, o único barco restante da flotilha Global Sumud, foi interceptado às 10h29 no horário local (4h29 em Brasília), a cerca de 68 km de Gaza, conforme comunicado publicado nas redes sociais da organização.

Os membros da flotilha postaram na noite de quinta (2/10) que o “Marinette” ainda navegava e estava ciente dos riscos. O Ministério das Relações Exteriores de Israel alertou que qualquer tentativa de entrar numa zona de conflito ativo e quebrar o bloqueio seria impedida.

Nos últimos dois dias, as forças navais israelenses detiveram ilegalmente 42 barcos carregados com ajuda humanitária, voluntários e determinação para romper o cerco imposto a Gaza, segundo a ONG responsável pela missão.

Mais de 400 ativistas a bordo de 41 embarcações foram detidos na noite de quinta-feira (3), incluindo pelo menos 12 brasileiros, que foram levados para Israel, conforme o Ministério das Relações Exteriores israelense. Ao menos 20 jornalistas também foram presos, segundo a ONG Repórteres Sem Fronteiras.

A operação, que durou mais de 12 horas, resultou na transferência segura dos detidos para o porto de Ashdod, onde receberam atendimento policial israelense.

O governo brasileiro condenou a prisão dos brasileiros, com o Itamaraty afirmando que repudia a ação militar israelense que coloca em risco a integridade física dos manifestantes pacíficos. O governo brasileiro declarou que a responsabilidade pela segurança dos detidos passa a ser de Israel, e diplomatas já planejam visitar os ativistas detidos.

Israel afirmou que os passageiros estão “sãos e salvos” e serão deportados para a Europa.

Missão humanitária

A flotilha Global Sumud, composta por 45 barcos e incluindo ativistas e figuras públicas como a sueca Greta Thunberg, saiu da Espanha em setembro com o objetivo de romper o bloqueio israelense à Faixa de Gaza, classificando-se como uma missão pacífica e humanitária. Greta Thunberg estava a bordo do navio Alma e foi presa no dia 1º de outubro.

Na quarta-feira, a Marinha de Israel começou a interceptar os barcos, após alertar as tripulações sobre a entrada em águas sob sua jurisdição. O primeiro-ministro Benjamin Netanyahu declarou que os soldados cumpriram sua missão no Yom Kippur de forma profissional e eficaz.

A flotilha Global Sumud descreveu a ação israelense como um ataque ilegal em águas internacionais e um ato de intimidação. Onze participantes gregos entraram em greve de fome em protesto contra sua detenção considerada ilegal pelos organizadores.

O grupo islâmico Hamas, responsável pelo ataque a Israel em 7 de outubro de 2023 que desencadeou o conflito em Gaza, classificou a interceptação como um ato de pirataria.

Reações internacionais

A Turquia criticou Israel, chamando a ação de terrorismo. O presidente da Colômbia, Gustavo Petro, anunciou a expulsão da delegação diplomática israelense.

Itália e Espanha enviaram navios militares para escoltar parte da rota da flotilha após ataques com drones entre 23 e 24 de setembro, conforme denunciado pela ONU e pela União Europeia.

Nos meses de junho e julho, a marinha israelense já havia interceptado dois veleiros com destino a Gaza, que contavam com a presença de Greta Thunberg e Rima Hassan. Ambas foram desembarcadas em Israel e posteriormente deportadas.




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