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sábado, 06/12/2025

Barco atacado duas vezes no Caribe não seguia para os Estados Unidos

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Uma embarcação atacada duas vezes por forças militares norte-americanas no Caribe, no dia 2 de setembro deste ano, não estava com destino aos Estados Unidos. Os indivíduos suspeitos de tráfico de drogas, provenientes da Venezuela, tinham como destino final o Suriname, localizado na América do Sul.

O ataque, que resultou na morte de todos a bordo, foi o primeiro de mais de vinte operações similares conduzidas por militares dos EUA no Caribe e no Pacífico, visando combater o tráfico internacional de drogas direcionado aos Estados Unidos.

O almirante Frank Bradley, que liderou a operação inicial, forneceu esclarecimentos para deputados e senadores dos EUA na quinta-feira, 4 de dezembro, conforme relatado pela CNN Internacional. Ele confirmou que a embarcação se dirigia ao Suriname, onde um encontro com uma embarcação maior estava previsto. As investigações indicam que o Suriname é um ponto na rota do tráfico que abastece mercados na Europa.

Essa informação contradiz a justificativa dada pelo presidente dos EUA, Donald Trump, que na época afirmou que “os terroristas estavam em alto-mar, em águas internacionais, transportando narcóticos ilegais com destino aos Estados Unidos”.

O episódio provocou grande repercussão nos Estados Unidos e tem sido alvo de acusações de crime de guerra contra os militares envolvidos. Relatórios indicam que ao menos dois dos onze tripulantes sobreviveram ao primeiro ataque e pediram socorro, mas o secretário de Defesa dos EUA, Pete Hegseth, autorizou um segundo bombardeio.

Em pronunciamento oficial, a secretária de imprensa da Casa Branca, Karoline Leavitt, confirmou o segundo ataque, alegando a necessidade de garantir a destruição total da embarcação. Contudo, o manual do Pentágono sobre leis de guerra estipula que combatentes feridos, doentes ou náufragos não representam ameaça e não devem ser alvo de ataques.

Parlamentares do partido Democrata classificaram o bombardeio como crime de guerra e convocaram o comandante da missão, almirante Mitch Bradley, e o chefe do Estado-Maior Conjunto, general Dan Caine, para prestar esclarecimentos ao Congresso. Após a audiência, os legisladores expressaram preocupações quanto à operação militar na região da América Latina.

O deputado democrata Jim Himes declarou que os sobreviventes do primeiro ataque aparentavam estar em sofrimento evidente e sem condições de se mover, e definiu o segundo ataque como um dos eventos mais perturbadores que já presenciou em sua carreira pública.

Já os parlamentares republicanos minimizaram o caso e defenderam a ação militar. O senador Tom Cotton declarou que a operação foi totalmente legal e necessária.

Em entrevista na quarta-feira, 3 de dezembro, o presidente Donald Trump assegurou seu apoio à decisão de afundar as embarcações, afirmando para os jornalistas que ele concordava com a destruição total dos barcos envolvidos.

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