Gabriel Galípolo, presidente do Banco Central, afirmou a senadores que algumas situações no caso do Banco Master, que foi fechado semana passada, não são necessariamente falhas que o banco regulador precisa investigar.
Ele explicou que oferecer CDBs com rendimento de 140% não é uma irregularidade. Da mesma forma, fotos de acionistas ou dirigentes em festas não são motivo para fechar um banco.
Galípolo destacou que o que realmente preocupa é quando um banco com falta de dinheiro vende ativos que já possui, o que é estranho porque o problema principal é justamente a falta de liquidez.
O Banco Central percebeu que parte da carteira de créditos que estava sendo negociada no banco veio de forma inadequada. Testes feitos com amostras indicaram que as operações e créditos possivelmente nem existiam de verdade.
Por isso, o caso ultrapassa a fiscalização do Banco Central e pode envolver investigação criminal para apurar responsabilidades de fraude, se houver. O banco regulador informou o Ministério Público assim que percebeu isso.
Recursos para o Banco Central
Quando questionado sobre a capacidade de fiscalização do sistema financeiro, Galípolo reforçou a importância da aprovação da Proposta de Emenda à Constituição (PEC) 65, que dará mais autonomia administrativa e financeira ao Banco Central.
Ele argumentou que ter menos ferramentas e recursos aumentaria o risco de problemas como esse ocorrerem novamente. Por isso, pediu apoio ao Senado para avançar com a PEC.
Galípolo finalizou destacando que atualmente o Banco Central sofre com falta de recursos, reforçando o pedido pela aprovação da emenda.
Estadão Conteúdo
