ANDRÉ BORGES
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Banco Central pediu que o ministro Dias Toffoli, do STF (Supremo Tribunal Federal), detalhe em que posição o diretor Ailton de Aquino (Fiscalização) irá prestar esclarecimentos sobre as investigações do Banco Master.
Por meio de um recurso chamado embargo de declaração, o BC quer que Toffoli informe se Ailton de Aquino participará da audiência do STF na próxima terça-feira (30) como testemunha, acusado ou pessoa ofendida. A informação foi confirmada pela Folha.
O STF decidiu promover uma acareação entre Daniel Vorcaro, proprietário do Banco Master, e Paulo Henrique Costa, ex-presidente do BRB, com a presença do diretor do BC Ailton de Aquino.
É importante saber o papel de Ailton de Aquino na audiência, pois isso define seus direitos, prerrogativas e se ele poderá ser acompanhado por colegas que o auxiliem a relatar os fatos.
A acareação foi marcada durante o recesso judicial, no início da investigação e antes de qualquer depoimento individual.
Toffoli determinou que a acareação ocorra dentro de um processo sigiloso que ele conduz no tribunal.
Desde o começo de dezembro, ações e medidas sobre a investigação do Banco Master e Vorcaro precisam ser aprovadas por Toffoli, por decisão do magistrado.
O objetivo é confrontar versões sobre a tentativa de venda do Banco Master para o BRB e investigar possíveis irregularidades na atuação de gestores e órgãos reguladores.
A PGR (Procuradoria-Geral da República) pediu para suspender a acareação, alegando que seria prematura, pois os investigados não foram ouvidos individualmente.
Mas Toffoli rejeitou a suspensão e manteve a audiência para o dia 30, afirmando que há elementos suficientes para confrontar as versões.
A investigação apura supostas fraudes bilionárias ligadas ao Banco Master, com indícios de emissão de ativos fictícios e negociação de créditos falsos.
Essas práticas levaram o BC a fechar a instituição em novembro de 2025. As irregularidades podem chegar a cerca de R$ 12,2 bilhões.
O BRB havia anunciado intenção de comprar o Banco Master antes do fechamento, mas o BC bloqueou a operação por riscos financeiros.
Atuais membros do Banco Central sentem-se atacados após fecharem o Banco Master. Diante de questionamentos, planejam os próximos passos jurídicos.
A autarquia prepara-se para possíveis disputas legais sobre as decisões da fiscalização e para defender sua atuação. Os dirigentes têm confiança, pois os números indicam uma fraude bilionária nos balanços do Master.
O caso Master também gerou questionamentos sobre a atuação de ministros do STF. No fim de novembro, no mesmo dia em que a Justiça soltou o banqueiro, Toffoli viajou para Lima com um advogado ligado a um diretor do Master para assistir a um jogo de futebol. Além disso, escritório ligado à família de Moraes tem contratos milionários com o banco.

