BRASÍLIA, DF – O Banco Central confirmou nesta terça-feira (23) que realizou encontros com o ministro do Supremo Tribunal Federal (STF), Alexandre de Moraes, para falar sobre os efeitos da aplicação da Lei Magnitsky.
Essa é a primeira vez que o Banco Central comenta o assunto, após a jornalista Malu Gaspar, do jornal O Globo, informar que Moraes teria contatado quatro vezes Gabriel Galípolo para tratar da venda do Banco Master para o Banco de Brasília (BRB).
Moraes divulgou uma nota no mesmo dia afirmando que recebeu Galípolo para reuniões relativas à aplicação da Lei Magnitsky. O ministro foi alvo de sanções financeiras pelo governo dos EUA em 30 de julho, mas essas penalizações foram retiradas em 12 de dezembro. Segundo o jornal O Globo, o encontro com Galípolo ocorreu em julho.
Moraes informou que também conversou com representantes do Banco do Brasil, Itaú, BTG, Bradesco e da Federação Brasileira de Bancos (Febraban). Em todas as reuniões, o foco foi discutir as consequências graves da lei, principalmente sobre a possibilidade de manter contas bancárias, cartões de crédito e débito.
O ministro não comentou diretamente as informações de que teria solicitado aprovação para a transação entre o Banco Master e o BRB.
De acordo com dados obtidos pelo jornal O Globo, foram realizadas três chamadas telefônicas e um encontro presencial em julho, período em que o Banco Central avaliava a venda do Banco Master para o BRB, em uma operação com valor inicial estimado em R$ 2 bilhões. A jornalista indica que Moraes pediu autorização para o negócio.

