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quinta-feira, 31/07/2025

Banco Central para de subir juros e mantém Selic em 15% ao ano

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NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)

O Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central decidiu nesta quarta-feira (30) manter a taxa básica de juros, a Selic, em 15% ao ano, interrompendo o ciclo de aumento da taxa que durou 10 meses.

Esse valor é o mais alto desde julho de 2006, quando os juros começaram a cair depois de um pico em 2005, durante o escândalo do mensalão.

Durante o período de alta, o Copom realizou sete aumentos consecutivos, elevando a Selic de 10,5% para 15% ao ano, um aumento total de 4,5 pontos percentuais.

As elevações começaram ainda na gestão de Roberto Campos Neto, que terminou seu mandato em dezembro de 2024. Inicialmente, teve um aumento pequeno, mas depois o ritmo acelerou até a taxa chegar a 12,25% no final do ano.

Na nova gestão, o atual presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, seguiu a estratégia de subir os juros até atingir 14,25% em março, diminuindo depois o ritmo das elevações até manter a taxa em 15%.

Em junho, o Copom antecipou que o ciclo de alta estaria próximo do fim, o que agora foi confirmado pela decisão de manter a taxa.

A decisão alinhou-se às expectativas do mercado financeiro, que antecipava a manutenção da Selic neste patamar, segundo levantamento da Bloomberg.

Nos últimos dias, a incerteza econômica aumentou devido à decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, de aplicar uma sobretaxa de 50% sobre produtos brasileiros, o que trouxe desafios para os bancos centrais.

Além disso, o Federal Reserve (Fed), banco central americano, também manteve suas taxas de juros estáveis pelo quinto mês consecutivo.

No Brasil, a inflação estourou a meta oficial pela primeira vez desde janeiro deste ano. O Banco Central espera que a inflação volte a ficar dentro do limite máximo da meta no começo de 2026.

O objetivo é manter a inflação em 3%, com uma margem de tolerância entre 1,5% e 4,5%. Devido aos efeitos atrasados da política de juros, o Copom agora mira a inflação do primeiro trimestre de 2027.

As previsões de inflação para médio prazo ainda estão acima do centro da meta, com mercado projetando 4,44% para 2026 e 4% para 2027, segundo o boletim Focus.

O Copom, composto em sua maioria por membros indicados pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva (PT), com sete dos nove integrantes, voltará a se reunir nos dias 16 e 17 de setembro.

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