NATHALIA GARCIA
BRASÍLIA, DF (FOLHAPRESS)
O Banco Central ajustou para baixo a previsão de crescimento do Produto Interno Bruto (PIB) para este ano, projetando agora um aumento de 2%. Antes, a estimativa era de 2,1%.
Para 2026, a previsão é de um crescimento de 1,5% do PIB, um número mais conservador do que o esperado pelo governo de Luiz Inácio Lula da Silva e pelo mercado financeiro.
A Secretaria de Política Econômica do Ministério da Fazenda estima para 2026 um crescimento de 2,4%, enquanto o mercado financeiro projeta um avanço de 1,8%, segundo o boletim Focus divulgado recentemente.
Essas projeções do Banco Central foram apresentadas no relatório de política monetária lançado nesta quinta-feira (25), substituto do antigo relatório trimestral de inflação, publicado regularmente.
A revisão para baixo é parcialmente atribuída pelo Banco Central aos efeitos ainda incertos das tarifas impostas pelo governo dos Estados Unidos, liderado por Donald Trump, sobre produtos brasileiros exportados aos EUA. Também foram considerados sinais de desaceleração da economia no terceiro trimestre.
O relatório ressalta: “Espera-se que a moderação da atividade econômica continue ao longo do segundo semestre de 2025, estendendo-se para 2026”.
Para o próximo ano, a projeção leva em conta a manutenção da política monetária restritiva, baixo nível de ociosidade dos recursos produtivos, a previsão de desaceleração da economia global e a falta do impulso do setor agropecuário observado em 2025.
Essa desaceleração econômica está relacionada ao ciclo de aumento dos juros. Recentemente, o Comitê de Política Monetária (Copom) manteve a taxa básica Selic em 15% ao ano pelo segundo mês consecutivo, reiterando que os juros permanecerão elevados por tempo “bastante prolongado” para garantir o controle da inflação.