O Banco Central comunicou o ministro Alexandre de Moraes, do Supremo Tribunal Federal (STF), sobre a execução da decisão judicial que determina o bloqueio das contas bancárias, ativos financeiros, cartões e chaves Pix de Eduardo Tagliaferro, ex-assessor de Moraes. Conforme comunicado enviado pelo BC ao tribunal, todas as instituições financeiras receberam a ordem para realizar as devidas providências.
“Confirmo que as chaves Pix associadas ao CPF do investigado, registradas no Diretório de Identificadores de Contas Transacionais (DICT), foram bloqueadas por esta autarquia em 31 de julho de 2025”, informa o ofício anexado à petição nesta segunda-feira (4/8).
Tagliaferro foi chefe da Assessoria Especial de Combate à Desinformação, vinculada à Presidência do TSE, entre agosto de 2022 e julho de 2023, durante a presidência de Moraes. Ele é acusado pela Polícia Federal de vazar informações do gabinete de Moraes para o jornal Folha de S.Paulo, o que nega. A PF o indiciou por violação de sigilo funcional com prejuízo à Administração Pública.
Segundo investigado, após deixar o Brasil, Tagliaferro foi visto na Itália comemorando a decisão do governo de Donald Trump de aplicar a Lei Magnitsky contra o magistrado.
Em um podcast apresentado por Allan dos Santos, que está foragido nos Estados Unidos, Tagliaferro apareceu celebrando e afirmou possuir informações que seriam apenas o começo de supostos abusos. Em mensagens a seus aliados, ele disse que mantém documentos e dados relacionados ao Supremo Tribunal Federal.
“Tenho muitas informações, aquilo que foi revelado é só a superfície. Existem várias irregularidades que foram cometidas. Moraes vai testemunhar isso, ele sabe do que falo, desde agosto do ano passado. A ordem era apagar tudo, mas por ser precavido, sempre guardei os documentos porque sabia que um dia tudo isso viraria história e a verdade precisaria ser contada. Vai ser algo interessante”, declarou.