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sexta-feira, 21/11/2025




Bancada evangélica apoia Messias e busca votos para STF

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A bancada evangélica no Congresso Nacional está se mobilizando em suporte à indicação do advogado-geral da União, Jorge Messias, para o Supremo Tribunal Federal (STF). Um grupo dentro desse coletivo, mesmo se considerando oposição, decidiu apoiar o candidato indicado pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, do PT, para ocupar a vaga deixada pelo ministro aposentado Luís Roberto Barroso.

Essa movimentação ocorre enquanto o governo avalia o ambiente no Senado depois da indicação oficial realizada por Lula na quinta-feira (20/11). Garantir os 41 votos necessários é uma tarefa desafiadora, especialmente por conta do desconforto do presidente do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), que desaprova a preferência presidencial por Messias em detrimento ao senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG).

Alguns senadores evangélicos consideram que Messias, que pratica essa religião desde a infância, é um nome com quem possam dialogar, abrindo espaço para articulação de votos. Um deles informou, em caráter reservado, que há um consenso dentro de uma ala da bancada neste sentido. A votação será secreta, o que impede retaliações contra senadores bolsonaristas que eventualmente votem a favor do indicado de Lula.

Por outro lado, nem todos na bancada evangélica concordam. Outra fração acredita que não é possível apoiar Messias nas circunstâncias atuais devido à insatisfação de Alcolumbre. A Frente Parlamentar Evangélica planeja uma reunião na próxima semana para debater coletivamente a posição do grupo.

A vice-presidente da Frente Parlamentar Evangélica no Senado, a senadora Damares Alves (Republicanos-DF), declarou que o posicionamento oficial será decidido após um debate interno intensivo: “A Frente irá se reunir na próxima semana para discutir isso […] Teremos muitos dias de conversas e diálogos profundos.”

Essa mobilização acontece em um momento delicado para o Palácio do Planalto, que tenta fortalecer sua base após a aprovação apertada da recondução de Paulo Gonet na Procuradoria-Geral da República (PGR), vencida por apenas quatro votos acima do mínimo. O governo avalia que o Senado está imprevisível, e nenhuma indicação deve ser considerada garantida.

Embora Messias tenha garantido que sua atuação no STF será técnica e isenta de influências ideológicas ou religiosas, a presença de oposição dentro da bancada evangélica adiciona um grau de incerteza. A Frente Parlamentar Evangélica costuma agir de forma unificada em votações importantes, o que torna seu posicionamento coletivo muito relevante.

Aliados ressaltam que Messias pretende adotar a mesma estratégia que usou à frente da AGU, conversando com diversos grupos políticos e evitando atritos com bancadas conservadoras.

Para ser aprovado, Messias precisa de 41 votos no plenário. A reunião da Frente Evangélica e o equilíbrio entre a ala favorável e as resistências internas serão indicadores-chave no cenário político das próximas semanas.




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