Enquanto a média de jovens que têm acesso ao ensino técnico em países desenvolvidos é de cerca de 50%, no Brasil o número fica em apenas 9%
Um levantamento da Fundação Getúlio Vargas (FGV) divulgada no primeiro trimestre do ano mostrou que pessoas com cursos técnicos ou profissionalizantes têm 38% mais chance de conseguir um emprego de carteira assinada do que quem completou apenas o ensino médio. O dado aponta para a relevância dos cursos de qualificação, mas ainda assim, apenas 9% dos jovens brasileiros que concluem a escola optam por obter um certificado profissionalizante. A média é de 40% nos países da OCDE, por exemplo. O baixo número nacional parece estar fazendo com que as companhias privadas invistam na profissionalização técnica na intenção de formar melhor os jovens e ainda conseguir montar seu próprio quadro de funcionários.
É o caso da Mills, líder latino-americana em locação de equipamentos. Em parceria com o Senai, a empresa irá oferecer gratuitamente bolsas em cursos técnicos de eletrotécnica e eletromecânica em diversas cidades onde a companhia atua. O programa é chamado de TransFORMAR e as vagas são abertas de forma intervalada. As primeiras turmas foram formadas em São Luís (MA), Cuiabá (MT) e Parauapebas (PA). Atualmente, há inscrições abertas para outras 14 cidades.
“Sabemos que a formação técnica é um diferencial valioso para os jovens e pode significar, além do crescimento pessoal e profissional, uma mudança de vida para ele e toda a sua família. Por conta disso, o Programa Transformar representa um marco para a nossa empresa ao gerar impacto positivo para a sociedade, pois nascemos de um sonho de transformar vidas e, hoje, damos continuidade a este legado, que vai além dos produtos que oferecemos aos nossos clientes”, diz Sergio Kariya, CEO da Mills.
Entre os pré-requisitos dos candidatos, eles precisam ser maiores de 18 anos, ter renda mensal familiar de até três salários mínimos (juntando a renda de toda família), formação em escolas públicas ou bolsista integral de escolas privadas, não ter vínculo empregatício com outra empresa e não ter outra formação técnica.
O projeto inclui um auxílio de R$ 300 por mês para cada aluno, mas não existirá vínculo empregatício. No entanto, havendo oportunidades, o aluno poderá integrar o time da Mills em estágios técnicos.