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quarta-feira, 10/09/2025

Avelo dos EUA pede 100 jatos da Embraer por R$ 4,4 bi

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A Embraer assinou seu primeiro grande contrato de venda de aviões E2 com a companhia aérea americana Avelo Airlines. O pedido firme inclui 50 modelos E195-E2, com opção para mais 50, totalizando um valor de tabela de US$ 4,4 bilhões, sem contar as opções adicionais.

Os jatos E2 são a linha mais avançada da Embraer e começaram a ser entregues em 2018, com a primeira unidade indo para a norueguesa Wideroe.

Arjan Meijer, presidente da Embraer Aviação Comercial, destacou em coletiva em Washington que essa é a primeira venda dos E2 para uma empresa americana, representando um marco importante para a companhia.

Este negócio fortalece o segmento comercial da Embraer, que vinha precisando impulsionar as vendas dos modelos E2 para alcançar a meta de 110 entregas anuais até 2030.

O mercado começou a melhorar quando a SAS, companhia aérea escandinava, encomendou 45 aviões E195-E2 com direito a adquirir outros 10, a maior compra direta desde 1996 para essa fabricante. Com o acordo da Avelo, a Embraer está perto de atingir suas metas ousadas.

Segundo o analista Alberto Valério do UBS BB, a Embraer terá um bom ritmo se vender entre 80 e 100 unidades E2 por ano, apontando que já foram anunciadas 110 neste ano.

Os jatos E2 têm menor consumo de combustível, oferecendo viagens 30% mais econômicas do que o Boeing 737, atualmente na frota da Avelo. Meijer afirmou que essa é a aeronave mais eficiente e confiável no mercado.

Além disso, o avião é silencioso e pode operar em pistas curtas, tornando-o bastante versátil.

Andrew Levy, fundador e CEO da Avelo Airlines, comentou que o E2 vai permitir expander a atuação da companhia nos EUA até 2032 e otimizar operações nas bases já existentes, chamando essa compra de histórica. As entregas estão previstas entre 2027 e 2032.

Arjan Meijer expressou otimismo com o crescimento da família Embraer e espera que mais aeronaves desse modelo possam ser usadas no mercado americano a longo prazo.

O E195-E2 compete no mercado americano principalmente com o A220 da Airbus. Embora empresas como Breeze Airways operem modelos europeus, o mercado considera viável uma opção brasileira.

Questão tarifária

A venda vem em meio a negociações para eliminar tarifas de importação impostas pelo governo Trump sobre a aviação brasileira. Atualmente, há uma sobretaxa de 10% mesmo sem as tarifas adicionais.

A Embraer destaca sua forte presença no setor regional dos EUA e o fato de produzir no país com componentes americanos como argumentos para conseguir a tarifa zero.

Os EUA são o maior mercado da Embraer, representando 45% das vendas de jatos comerciais e 70% dos executivos. A empresa emprega quase 3 mil trabalhadores americanos e tem mais de US$ 3 bilhões em ativos locais.

Para reforçar sua presença, a Embraer pretende investir US$ 1 bilhão nos EUA, sendo US$ 500 milhões nos próximos cinco anos para ampliar instalações em Melbourne, Flórida, e construir um centro de manutenção em Dallas, Texas.

Além disso, prevê investir outros US$ 500 milhões numa nova linha de montagem e criar 2,5 mil empregos caso seu avião KC-390 seja selecionado pelo governo americano.

Fonte: Estadão Conteúdo

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