A Câmara Municipal de São Paulo aprovou na última quarta-feira (7) em primeira votação o projeto de lei 172 de 2013, dos vereadores Andrea Matarazzo (PSD) e Floriano Pesaro (PSDB), que institui a Virada Cultural como política na cidade, detalhando de que forma ela deve passar a funcionar. O texto deverá ter nova análise no plenário da Casa, sem data para ocorrer, antes de seguir para apreciação da Prefeitura.
A aprovação, em meio a outros 50 projetos apresentados pelos vereadores e quatro pelo Executivo, ocorre dois dias depois em que o prefeito eleito, João Doria (PSDB), anunciou a intenção de levar o evento para o Autódromo de Interlagos, na zona sul, mudando a proposta dos shows que ocorriam principalmente no centro. “Vamos deslocar a Virada Cultural para um único local e não será no centro da cidade”, disse.
Na terça-feira, o futuro secretário de Cultura, André Sturm, informou que a declaração de Doria havia sido mal interpretada. Sturm disse que o centro deverá contar com palcos para shows menores. Ele ponderou, no entanto, que não seria fazendo grandes shows que a área seria valorizada. O evento acontece na região desde sua criação em 2005, na gestão do então prefeito José Serra (PSDB).
”Woodstock coxinha”
A declaração gerou polêmica e reações da equipe do prefeito Fernando Haddad (PT). O secretário de Transportes, Jilmar Tatto, chegou a afirmar que a mudança para Interlagos representará a realização de uma “Woodstock coxinha”.
A decisão vai de encontro ao que prevê o projeto aprovado nesta quarta-feira, 7 na Câmara. O texto cita como objetivo da Virada a “valorização do centro histórico” e prever que deverá atender a critérios como “ter como referência, mas não exclusiva, o centro”. Um dos criadores do projeto, Andrea Matarazzo, deixou o partido do prefeito eleito para disputar contra Doria as eleições municipais deste ano.