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segunda-feira, 10/11/2025




Autoridades precisam estar abertas a cortes nos juros

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Mary Daly, presidente do Federal Reserve em São Francisco, comentou que a desaceleração na criação de empregos nos Estados Unidos parece mais ligada à menor demanda por trabalhadores do que a uma redução na oferta decorrente de políticas migratórias mais rígidas. Esse ponto é crucial para as discussões sobre possíveis novas reduções nas taxas de juros.

Segundo Daly, a queda no crescimento dos salários indica que as empresas estão contratando menos, não apenas enfrentando dificuldades para encontrar novos funcionários devido às restrições imigratórias.

O número mensal de empregos criados diminuiu de aproximadamente 150 mil em 2024 para cerca de 50 mil na primeira metade de 2025.

“A demanda por trabalhadores diminuiu, acompanhada por uma queda quase simultânea na oferta de mão de obra, o que manteve a taxa de desemprego estável”, explicou Daly.

Ela destacou que o crescimento dos salários, tanto nominais quanto reais, diminuiu em vários setores, incluindo aqueles com maior presença de trabalhadores nascidos no exterior.

“Se a desaceleração na criação de empregos fosse causada principalmente por problemas na oferta de mão de obra, a situação seria diferente”, acrescentou.

Daly não tomou posição clara sobre a possibilidade de um novo corte nas taxas de juros na próxima reunião do Fed em dezembro, mas suas análises reforçam a discussão sobre a política monetária.

Os economistas do banco central acreditam que as mudanças nas taxas de juros afetam mais os aspectos cíclicos da economia, como a demanda por trabalhadores, e têm menos impacto sobre fatores estruturais, como a participação de trabalhadores imigrantes na força de trabalho.

Ela também afirmou que as tarifas aplicadas recentemente não provocaram um aumento significativo e contínuo da inflação, restringindo seus efeitos principalmente aos preços de produtos específicos.

Daly destacou que o Fed reduziu os custos de empréstimos em 0,25 ponto percentual nas duas últimas reuniões de forma apropriada, mas agora precisa avaliar se os Estados Unidos ainda enfrentam risco de inflação alta e devem manter uma política monetária mais rígida, ou se estão diante de um crescimento impulsionado por produtividade, por exemplo, da inteligência artificial, que não elevaria os preços.

“Para tomar a melhor decisão sobre a política econômica, devemos manter a mente aberta e considerar evidências de todas as perspectivas”, concluiu.




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