Gleisi Hoffmann, ministra das Relações Institucionais, declarou que a falta dos presidentes da Câmara, Hugo Motta (Republicanos-PB), e do Senado, Davi Alcolumbre (União-AP), na cerimônia de aprovação da isenção do Imposto de Renda para quem ganha até R$5.000 não diminui o importante apoio que ambos deram para a aprovação dessa medida.
Os dois líderes optaram por não participar de um evento político importante do atual governo de Lula (PT), mostrando descontentamento da liderança do Congresso com o Palácio do Planalto. O relator do projeto, Arthur Lira (PP-AL), esteve presente na cerimônia e foi recebido com algumas vaias pelo público.
Gleisi frisou: “A ausência dos presidentes Hugo Motta e Davi Alcolumbre não apaga o papel fundamental e o apoio que eles deram a essa aprovação”.
A ampliação da faixa de isenção do Imposto de Renda foi uma promessa de campanha do presidente Lula em 2022, e o governo adiou a assinatura da lei para dar mais destaque ao tema, que é uma das estratégias do Planalto para aumentar a popularidade de Lula antes das eleições de 2026. Contudo, a relação entre o presidente e os líderes do Congresso está fragilizada.
Em seu discurso durante o evento, Lula cumprimentou os parlamentares envolvidos na aprovação e destacou a importância da política para o país. Sem citar nomes, ele ressaltou a necessidade do respeito e do diálogo entre diferentes opiniões para encontrar soluções que atendam a todos.
O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, também agradeceu aos parlamentares presentes e ausentes, mencionando expressamente Hugo Motta e Davi Alcolumbre, reconhecendo que sem o esforço deles o projeto não teria avançado.
Hugo Motta gerou descontentamento no governo ao indicar o oposicionista Guilherme Derrite (PP-SP) para relatar um projeto de lei antifacção. Esse episódio contribuiu para o afastamento de Motta do governo e para o rompimento com o líder do PT na Câmara, Lindbergh Farias (RJ). Nesta manhã, Motta publicou no Twitter que a aprovação da isenção é resultado da união dos poderes em benefício do Brasil, destacando a importância do diálogo e equilíbrio.
Já o afastamento de Davi Alcolumbre foi marcado pela disputa na indicação para o Supremo Tribunal Federal, onde ele e outros membros do Senado preferiam o senador Rodrigo Pacheco (PSD-MG) para a vaga, mas a escolha acabou sendo outra.
Os convites para o evento foram enviados pela Secretaria de Relações Institucionais, liderada pela ministra Gleisi Hoffmann, e havia a expectativa de que os presidentes da Câmara e do Senado fizessem discursos.
Quando o projeto foi aprovado no Senado, Lula gravou um vídeo com Alcolumbre, mostrando que contava com sua participação na cerimônia.
A cerimônia reuniu senadores e deputados de diversos partidos, assim como ministros e representantes de movimentos sociais.
Após o evento, o líder do PL na Câmara, Sóstenes Cavalcante (RJ), comentou nas redes sociais que apenas cerca de 80 deputados estiveram presentes, aproveitando para criticar a base governista.
