GABRIELA CECCHIN
FOLHAPRESS
O reajuste médio dos planos de saúde coletivos, que incluem contratos empresariais e por adesão via sindicatos e associações, foi de 11,15% em 2025, segundo dados da ANS atualizados até agosto deste ano.
Planos com menos de 30 beneficiários tiveram aumento maior, de 14,81%, quase 5 pontos percentuais a mais que os planos maiores, que tiveram reajuste médio de 9,95%. Cerca de 25% dos usuários estão em planos com até 29 vidas.
Esse reajuste em 2025 é um pouco menor comparado a 2024, quando o aumento foi de 13,19%, e também inferior a 2023, que registrou alta de 14,14%. Esse ajuste reflete a alta dos custos com consultas, exames e internações.
A ANS destaca que houve crescimento no número de contratos com até cinco vidas, passando de 4,7% em 2014 para 15% em 2025.
Para os planos odontológicos, o reajuste foi de 3,68% até agosto deste ano, mantendo uma estabilidade em relação a 2024 e caindo em comparação a anos anteriores.
Os planos individuais e familiares têm reajustes definidos anualmente pela ANS, baseados na variação dos custos assistenciais e aplicados igualmente a todas as operadoras.
Já os reajustes dos planos coletivos são negociados entre as operadoras e as empresas ou entidades contratantes, podendo variar entre eles.
Principais reajustes das operadoras
As dez maiores operadoras para coberturas médico-hospitalares no SIB tiveram os seguintes reajustes médios: Amil (15,75%), Porto Seguro Saúde (15,08%), Bradesco Saúde (12,62%), Unimed Nacional (12,48%) e SulAmérica (12,45%).
A Amil informa que possui o menor custo médio entre as grandes operadoras e busca reduzir os reajustes sem prejudicar a qualidade, tendo conquistado 810 mil clientes de janeiro a outubro de 2025, a melhor marca do setor.
A Hapvida e a Notre Dame Intermédica destacam que mantêm reajustes competitivos graças a um modelo de atendimento baseado em rede própria que aumenta a eficiência e a coordenação do cuidado, tornando os preços mais acessíveis e sustentáveis.
O Bradesco Saúde declarou que os reajustes seguem estritamente o que está previsto nos contratos.
A Unimed explica que seus reajustes tendem a superar a inflação devido ao aumento dos preços dos insumos e à maior utilização dos serviços, mas destaca que suas cooperativas tiveram reajustes menores que a média do setor.
A Porto Seguro Saúde preferiu não comentar e a SulAmérica não respondeu até a publicação.
A Fenasaúde observa que o índice de 11,15% é o menor dos últimos anos, resultado do controle rigoroso de custos, revisão de contratos, combate a desperdícios e fraudes pelas operadoras.
Para 2025, a previsão é de que o reajuste fique em torno de duas vezes o IPCA, contra cerca de três vezes nos anos anteriores.
Entre os principais fatores que elevam os custos estão o crescimento das despesas médico-hospitalares, uso de novas tecnologias caras, envelhecimento da população, mais doenças crônicas e o aumento de ações judiciais para garantir tratamentos não previstos nos contratos.
Operadoras, número de beneficiários e reajustes médios
- Hapvida Assistência Médica – 3.204.293 – 11,61%
- Notre Dame Intermédica – 2.954.369 – 10,76%
- Bradesco Saúde – 2.663.929 – 12,62%
- Amil Assistência Médica Internacional – 2.361.353 – 15,75%
- SulAmérica Companhia de Seguro Saúde – 2.140.650 – 12,45%
- Unimed Belo Horizonte – Cooperativa de Trabalho Médico – 1.341.570 – 9,71%
- Unimed Nacional – Cooperativa Central – 1.223.054 – 12,48%
- Unimed Seguros Saúde – 839.796 – 8,43%
- Porto Seguro – Seguro Saúde – 693.892 – 15,08%
- Unimed Porto Alegre – Cooperativa Médica – 504.762 – 9,9%

