Magda Chambriard, presidente da Petrobras, expressou sua preocupação com a recente decisão da Agência Nacional do Petróleo, Gás Natural e Biocombustíveis (ANP) de aumentar o Preço de Referência do Petróleo (PRP). Essa mudança eleva o valor dos royalties e participações especiais que as empresas petrolíferas devem pagar.
Ela destacou que esse aumento pode prejudicar os planos de recuperação dos campos maduros localizados no pós-sal da bacia de Campos, no Norte Fluminense. Houve um esforço para conseguir uma redução nos royalties dessas áreas, e agora essa decisão pode reverter essa vantagem. “Preocupa dar com uma mão e tirar com a outra”, comentou.
A bacia de Campos ainda tem grande potencial para produzir petróleo, embora até agora tenha produzido apenas 17% desse potencial. Para que a extração seja viável, os custos precisam ser controlados, especialmente em um contexto de queda nos preços do petróleo, como ressaltou Magda em entrevista.
O PRP é calculado pela ANP com base em uma fórmula que considera o preço internacional do petróleo Brent, a taxa de câmbio e o volume de produção das empresas, servindo para definir o valor dos royalties e participações especiais.
Magda Chambriard explicou que o PRP foi criado nos anos 1990, antes da descoberta do pré-sal, para regular os custos de royalties baseados no preço do petróleo do pós-sal, que é mais barato. Naquela época, predominava o petróleo mais pesado, que tem menor valor.
Com a exploração do pré-sal, a qualidade do petróleo melhorou, tornando-se um óleo intermediário de maior valor. A ideia inicial era valorizar o pré-sal de forma diferente para beneficiar a sociedade, mas isso acabou não acontecendo. Hoje, o PRP considera tanto o pré-sal quanto o pós-sal, situação que preocupa Magda.
(Estadão Conteúdo)