Caso um entendimento não seja alcançado nos próximos dias, uma intervenção do governo central na capital pode ser realizada
A capital da Espanha vive um impasse após a disparada dos casos de coronavírus nas últimas semanas. Madri é, de longe, o principal foco de contaminação por Covid-19 nesta segunda onda que atinge a Europa. Ainda assim, o governo regional liderado pelos conservadores do país não querem decretar um lockdown generalizado. O governo central, liderado pela esquerda, pressiona a capital para fechar as portas e ameaça realizar uma intervenção nos próximos dias.
Por isso, o governo central acredita que um lockdown é indispensável neste momento para baixar os números outra vez. Mas a líder local, Isabel Díaz Ayuso, pensa diferente. Para ela, um novo fechamento vai arrasar a economia de Madri e trazer impactos significativos para a sociedade. A estratégia do PSOE, partido de centro-esquerda que comanda a Espanha, é negociar com a base de apoio de Ayuso. Os conservadores do PP têm uma aliança política com o Ciudadanos em Madri.
Caso um entendimento não seja alcançado nos próximos dias, uma intervenção do governo central na capital pode ser realizada. Uma operação que tem implicações jurídicas e políticas bastante grandes, até por isso a líder madrilenha aposta que o governo central está apenas blefando. Lembrando que Madri já tem, neste momento, um lockdown parcial em bairros mais afetados. Cerca de um milhão de pessoas estão sendo afetadas por medidas restritivas de circulação. Mas os especialistas do governo central dizem que não é o suficiente — e, por enquanto, segue o cabo de guerra político em uma questão que deixou de ser apenas de saúde pública.