Por Larissa Barros
O Distrito Federal registrou um crescimento no número de casos de Covid-19, conforme o boletim mais recente da Secretaria de Saúde (SES-DF). Essa situação é semelhante à observada em outros estados e se aproxima do que ocorreu em 2024, quando também houve aumento no mesmo período. Ainda não se pode afirmar que a doença tem uma sazonalidade clara, mas o padrão deste ano é parecido com o do ano passado.
Segundo a SES-DF, até agora, em 2025, foram contabilizados 10.284 casos de Covid-19, com 19 mortes. No ano anterior, foram 29.597 casos e 76 óbitos. Além disso, os casos de Síndrome Respiratória Aguda Grave (SRAG) chegaram a 6.625, e os atendimentos por Síndromes Gripais em hospitais e Unidades de Pronto Atendimento (UPAs) somaram 263.370.
Dionete Rodrigues, 43 anos, que contraiu Covid-19 quatro vezes desde o início da pandemia, incluindo duas vezes em 2020, uma em 2021 e recentemente este mês, relatou sintomas mais fortes desta vez: “Tive dor de cabeça, dores no corpo, perdi o paladar e o olfato. O coronavírus ainda me preocupa. Desta vez os sintomas foram piores do que antes, cheguei a perder a voz”.
Sua filha, Eduarda Rodrigues, 17 anos, também ficou doente com o vírus durante a pandemia e voltou a se infectar no mesmo período que a mãe. Ela contou que os sintomas começaram três dias antes do diagnóstico: “Minha garganta doía muito, o corpo estava mole e com dor, e eu sentia dor de cabeça”. Apesar da intensidade, ambas estavam com todas as doses da vacina em dia. Eduarda destacou que hoje os sintomas são diferentes dos tempos da pandemia: “Antes a doença podia ser fatal, mas hoje é tratável, graças aos avanços na pesquisa”.
A SES observa que o clima seco do inverno em Brasília pode facilitar o aumento de doenças respiratórias. A baixa umidade resseca as mucosas e vias respiratórias, enquanto poeira e alergênicos ficam suspensos por mais tempo, já que a ausência de chuva impede que eles sejam removidos. Até varrer a casa com vassoura pode manter partículas no ar, que, ao serem inaladas, podem causar ou piorar doenças respiratórias.
Pessoas com problemas respiratórios pré-existentes, como asma e Doença Pulmonar Obstrutiva Crônica (DPOC), principalmente ligados ao tabagismo, além de rinite, podem apresentar sintomas mais graves. A SES recomenda hidratar as mucosas com soro fisiológico nasal e ocular, beber bastante líquido e aumentar a umidade do ambiente usando recipientes com água ou panos úmidos, preferencialmente nos locais onde a pessoa fica mais tempo.
Quem apresentar sintomas leves, como febre, coriza, dor de garganta e tosse, deve fazer isolamento em casa por cinco dias a partir do início dos sintomas, seguindo as orientações das autoridades de saúde. Durante esse período, é importante evitar contato próximo com outras pessoas, usar máscara em locais compartilhados, manter boa hidratação e repousar. Se surgir febre alta, falta de ar ou agravamento dos sintomas, a pessoa deve buscar atendimento imediato em Unidade Básica de Saúde (UBS) ou hospital. Após o isolamento, o uso de máscara em ambientes fechados por mais alguns dias ajuda a evitar que o vírus se espalhe.
Nos casos leves, os pacientes devem procurar a UBS mais próxima para acompanhamento. Em situações mais sérias, o atendimento pode ser feito por especialistas, como otorrinolaringologistas, pneumologistas ou infectologistas. A vacinação continua sendo uma das melhores formas de prevenção. No Distrito Federal, mais de 100 UBS disponibilizam vacinas contra a influenza, além da vacina antipneumocócica, recomendada para idosos, pessoas com doenças pulmonares crônicas, asma grave, infecções respiratórias frequentes ou imunidade baixa.