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terça-feira, 26/08/2025

Aumenta o número de militares afastados do Exército alemão por extremismo

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As Forças Armadas da Alemanha, conhecidas como Bundeswehr, demitiram 97 militares em 2024 devido a comportamentos associados ao extremismo de direita ou por associação a grupos extremistas. Esse número representa um crescimento de 56,4% em comparação com 2023, quando 62 soldados foram afastados pelo mesmo motivo.

Diversas condutas foram reportadas, entre elas a repetição da saudação nazista, comentários racistas, conexões com organizações consideradas inconstitucionais, e o canto de canções com conteúdo extremista.

Conforme dados do Ministério da Defesa, foram identificados 280 casos suspeitos em 2024, um aumento de 30% em relação ao ano anterior. A Alemanha também registrou um recorde anual de crimes associados à extrema direita.

Essas informações fazem parte de uma resposta preliminar do governo alemão a um pedido feito pela parlamentar Zada Salihovic, do partido A Esquerda, e foram obtidas pela emissora WDR. Um relatório detalhado do Escritório de Coordenação para Casos Suspeitos de Extremismo está previsto para ser divulgado em breve.

Manifestação de símbolos nazistas entre militares

Na Alemanha, manifestações extremistas, como a apologia ao nazismo, incitação ao ódio étnico, e a filiação a grupos anticonstitucionais são crimes.

De acordo com relatos do relatório, um soldado chegou a cantar músicas extremistas e realizar repetidamente a saudação nazista. Foram identificados 17 militares que efetuaram o gesto nazista explícito, com o braço direito estendido e a palma da mão voltada para baixo, além de outros 50 suspeitos de práticas similares.

Zada Salihovic destacou que é essencial intensificar os esforços contra extremistas de direita treinados militarmente, afirmando que indivíduos que rejeitam a democracia não deveriam portar uniformes nem armas. Ela também apontou que ao menos 60 militares suspeitos continuam tendo acesso a armamentos, e 20 deles exercem funções como instrutores.

Posição da Defesa e investigações em andamento

Para o comissário parlamentar das Forças Armadas, Henning Otte, mudanças legais facilitaram a punição de extremismo dentro da Bundeswehr, o que pode explicar o aumento das demissões. Em 2023, a Lei dos Soldados foi alterada para permitir a exclusão de militares envolvidos em atividades extremistas.

Contudo, Otte ressaltou a necessidade de mais rapidez nas investigações e na adoção de medidas, qualificando como inaceitável a demora na análise de casos suspeitos, especialmente os recentes.

O Serviço de Contrainteligência Militar (Bamad) é responsável por identificar esses casos e realizou 305 operações de contrainteligência em 2024, das quais 200 estavam ligadas ao extremismo de direita.

Segundo o Ministério da Defesa, os registros de incidentes representam uma fração pequena do total de 180 mil militares e 80 mil funcionários civis da Bundeswehr.

Um porta-voz do ministério afirmou que nenhum episódio de extremismo será tolerado, ressaltando que o combate ao extremismo de direita é uma prioridade máxima para a preservação da democracia.

Estudo sobre atitudes entre soldados

Um estudo realizado pelo Centro de História Militar e Ciências Sociais (ZMSBw) da Bundeswehr revelou que menos de 1% dos soldados alemães mantêm atitudes consistentemente extremistas de direita, porém indicou outras questões preocupantes: 6,4% demonstram atitudes misóginas e 3,5% apresentam posturas xenófobas.

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